A IA está prestes a alterar radicalmente as estruturas de comando militar que não mudaram muito desde o exército de Napoleão

Apesar de dois séculos de evolução, a estrutura de um estado-maior militar moderno seria reconhecível por Napoleão. Ao mesmo tempo, as organizações militares têm lutado para incorporar novas tecnologias à medida que se adaptam a novos domínios — ar, espaço e informação — na guerra moderna. Benjamin Jensen professor de Estudos Estratégicos na Escola de Combate Avançado da Universidade do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos The Conversation plataforma de informação produzida por acadêmicos e jornalistas O tamanho dos quartéis-generais militares aumentou para acomodar os fluxos de informação e os pontos de decisão expandidos dessas novas facetas da guerra. O resultado é a diminuição dos retornos marginais e um pesadelo de coordenação — muitos cozinheiros na cozinha — que corre o risco de comprometer o comando da missão. Agentes de IA — softwares autônomos e orientados a objetivos, alimentados por grandes modelos de linguagem — podem automatizar tarefas rotineiras da equipe, redu...

Hoje, o chefe deve ser mais humano, afirma filósofo

O escritório não é mais o mesmo. Alain de Botton, filósofo inglês especializado em coletar tiques e tendências da sociedade contemporânea é quem radiografa como nos comportamos no lugar em que transcorremos a maior parte do nosso tempo. "Lavorare piace" [Trabalhar é bom, em tradução livre], o seu último livro, foi publicado nesta semana na Grã-Bretanha.

A entrevista é de Enrico Franceschini, publicada no jornal La Repubblica, 27-03-2009. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis a entrevista.

O seu livro fala dos "prazeres" do trabalho, mas há também dores?

Evidentemente que sim, e a maior delas é perder o trabalho. Assim como o prazer primário, especialmente em tempos de recessão, é saber que não o perdemos. Mas, há também os prazeres secundários: o trabalho nos dá uma razão para nos levantar da cama, para uma vida social, para o camaradismo com os colegas, às vezes nos dá até o amor. Basta pensar em quantos começam uma relação no escritório.

Como o modo de se entender o trabalho mudou?

Da mesma forma como mudou o casamento. Uma vez, casava-se por razões pragmáticas: fazer filhos, criar uma família. Agora, esperamos muito mais dele, o amor deve durar para sempre. O mesmo acontece com o trabalho. Uma vez, servia só para nos manter. Agora, o trabalho deve divertir, gratificar, satisfazer.

É uma ilusão ou uma realidade?

Para uma minoria de sorte, é a realidade. Mas aqueles para os quais ainda é uma ilusão também desejam isso. Por isso, sempre menos pessoas aceitam atividades socialmente desqualificantes, porque, nesses casos, é difícil afirmar "eu gosto do meu trabalho".

E o que muda no chefe, no responsável, no administrador?

O chefe se humanizou. As regras sociais mudaram, por isso ele não pode mais ser autoritário. Deve se tornar amigável, agradar os dependentes. Naturalmente, isso é mais difícil quando ele tem que demitir. Mas não se pode imputar a ele toda a culpa da crise. A culpa é de quem lhe deu muito poder.

> Japoneses começam a exigir direitos trabalhistas. (junho de 2008)

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