Enem do servidor federal vai oferecer em 2024 mais de 7 mil vagas

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A partir de 2024 haverá uma prova nacional unificando o processo de seleção de servidores federais, um Enem dos Concursos”, como o objetivo de facilitar o acesso da população às provas, inclusive em cidades do interior. A primeira prova será realizada no dia 24 de fevereiro.  A estimativa de vagas é de mais 7 mil no primeiro ano do concurso, Provas serão simultaneamente em 179 cidades das 5 regiões Cada ministério poderá decidir se vai aderir a esse modelo ou fazer os concursos por conta própria. O exame acontecerá ao mesmo tempo em 179 municípios, sendo 39 na Região Norte, 50 no Nordeste, 18 no Centro-Oeste, 49 no Sudeste e 23 no Sul. Haverá duas provas no mesmo dia. Uma com questões objetivas, comum a todos, e outra com perguntas específicas e dissertativas, divididas por blocos temáticos. Os candidatos para Trabalho e Previdência farão a mesma segunda prova, por exemplo; já os candidatos para Administração e Finanças Públicas, outra. As vagas abrangem os seguintes setores: Administr

Fundamentalismo do Vaticano destrói as bases da tolerância

por Marcos Nobre, para a Folha de S.Paulo

O papa está reunindo seu exército. Primeiro, invocou os mortos: padres e freiras aliados do ditador Francisco Franco na Guerra Civil Espanhola. Depois, reabilitou os excomungados integristas, cujo líder nega o Holocausto nazista. Agora, aliou-se às forças obscurantistas que rejeitam o uso da camisinha como meio eficaz de proteção contra a Aids. Na mesma África que viu a Igreja Católica, durante séculos, exercer o papel de principal aliada da rapina escravagista.

É um chamamento a uma nova cruzada. E o raciocínio do papa tem se mostrado de uma cristalina simplicidade: mais vale um exército menor, mas mais aguerrido, do que uma multidão de crentes com pouca disposição para o combate. Seu antecessor, João Paulo 2º, respondeu ao desafio dos fundamentalismos religiosos com uma volta ao mistério do sagrado, mas também com o diálogo ecumênico. O então cardeal Ratzinger impôs o silêncio obsequioso aos que divergiam da sua orientação e substituiu um a um os bispos mais críticos.

Escolhido papa, Bento 16 responde aos fundamentalismos religiosos com a criação de um fundamentalismo católico. Não há dúvida de que, como fenômeno social, a fé declinou no último século. Mas prossegue sendo uma referência essencial para a vida da grande maioria das pessoas. A mudança realmente decisiva se deu na maneira de demonstrar essa fé.

Hoje é muito comum as pessoas transitarem de uma religião para outra. Ou se declararem membros de uma determinada religião e, ao mesmo tempo, frequentarem rituais e cultos de outras religiões. É muito comum também que crentes não aceitem integralmente os preceitos de conduta de vida de suas religiões sem por isso deixarem de se identificar com sua adesão religiosa.

A fidelidade -o atributo essencial da fé- não é mais simplesmente a uma religião, mas, antes, à transcendência, ao sagrado e ao místico. Não se trata apenas de tolerar externamente a existência de outras religiões, mas de aceitar a ideia de que é possível e legítimo expressar a fé de diferentes maneiras, em diferentes religiões. Essa nova forma da tolerância religiosa mostra que é possível uma certa separação entre fé e religião sem que elas desapareçam por isso.

O fundamentalismo religioso prega uma completa identificação de fé e religião. É uma recusa da forma atual do pluralismo religioso e político. O fundamentalismo praticado hoje pelo Vaticano destrói não apenas milhões de vidas. Destrói também as bases de uma convivência tolerante que levou séculos para ser construída.

> Ratzinger poderia ter sido o Obama do catolicismo, mas demonstra ser o Bush’. (fevereiro de 2009)

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