A IA está prestes a alterar radicalmente as estruturas de comando militar que não mudaram muito desde o exército de Napoleão

Apesar de dois séculos de evolução, a estrutura de um estado-maior militar moderno seria reconhecível por Napoleão. Ao mesmo tempo, as organizações militares têm lutado para incorporar novas tecnologias à medida que se adaptam a novos domínios — ar, espaço e informação — na guerra moderna. Benjamin Jensen professor de Estudos Estratégicos na Escola de Combate Avançado da Universidade do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos The Conversation plataforma de informação produzida por acadêmicos e jornalistas O tamanho dos quartéis-generais militares aumentou para acomodar os fluxos de informação e os pontos de decisão expandidos dessas novas facetas da guerra. O resultado é a diminuição dos retornos marginais e um pesadelo de coordenação — muitos cozinheiros na cozinha — que corre o risco de comprometer o comando da missão. Agentes de IA — softwares autônomos e orientados a objetivos, alimentados por grandes modelos de linguagem — podem automatizar tarefas rotineiras da equipe, redu...

Novos transtornos mentais serão incluídos na "bíblia" da psiquiatria


CLÁUDIA COLLUCCI, da Folha de S. Paulo

A Associação Americana de Psiquiatria prepara uma nova edição do manual de distúrbios mentais, a bíblia dos psiquiatras, que deve incluir comportamentos como a compulsão por compras ou por comida como novos transtornos mentais.

A atual edição do manual, conhecido por DSM ("Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders"), foi publicada em 2000 e descreve 283 distúrbios psiquiátricos-quase o triplo da primeira edição, de 1952.

O manual não é apenas um guia rotineiro para o diagnóstico dos médicos de todo o mundo mas também uma referência para os planos e seguros de saúde e para os governos.

A nova publicação deve sair em 2011, mas já causa polêmica. Pela primeira vez, foi pedido aos médicos que participam de sua elaboração que assinem um acordo de confidencialidade -para evitar, por exemplo, pressões dos laboratórios.

Porém, o que mais gera discussão é a possível inclusão no novo manual de transtornos como vício em compras ou em comida, de doenças infantis -como o transtorno bipolar e a esquizofrenia- e de questões ligadas à identidade de gênero.

Para o psiquiatra Theodor Lowenkron, que coordena o departamento de diagnóstico e classificação da Sociedade Brasileira de Psiquiatria, o DSM atual já traz um número excessivo de categorias diagnósticas. "Há uma tendência de psiquiatrização dos comportamentos."

O psiquiatra Miguel Roberto Jorge, professor associado da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), tem a mesma opinião. "Não acreditamos que existam 300 doenças mentais. Esse sistema [DSM] precisa sofrer um processo de validação, que é muito complicado de ser feito. Precisaria conhecer tão mais a respeito das doenças psiquiátricas para poder dizer que "essa aqui é a mesma coisa daquela outra ali'".

Lowenkron avalia como polêmica a possível inclusão da esquizofrenia e do transtorno bipolar no rol de transtornos infantis. "São diagnósticos precoces e inadequados para serem feitos na infância."

Já o psiquiatra infantil Fábio Barbirato defende que a nova DSM será um avanço importante porque vai trazer mais segurança aos profissionais, já que existem muitos diagnósticos errados na infância. "Hoje atendi um paciente de 12 anos que é bipolar e foi diagnosticado há oito anos como TDAH [Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade]. O DSM é em prol das crianças, não é para vender remédio."

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