A IA está prestes a alterar radicalmente as estruturas de comando militar que não mudaram muito desde o exército de Napoleão

Apesar de dois séculos de evolução, a estrutura de um estado-maior militar moderno seria reconhecível por Napoleão. Ao mesmo tempo, as organizações militares têm lutado para incorporar novas tecnologias à medida que se adaptam a novos domínios — ar, espaço e informação — na guerra moderna. Benjamin Jensen professor de Estudos Estratégicos na Escola de Combate Avançado da Universidade do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos The Conversation plataforma de informação produzida por acadêmicos e jornalistas O tamanho dos quartéis-generais militares aumentou para acomodar os fluxos de informação e os pontos de decisão expandidos dessas novas facetas da guerra. O resultado é a diminuição dos retornos marginais e um pesadelo de coordenação — muitos cozinheiros na cozinha — que corre o risco de comprometer o comando da missão. Agentes de IA — softwares autônomos e orientados a objetivos, alimentados por grandes modelos de linguagem — podem automatizar tarefas rotineiras da equipe, redu...

Fumo ajudou a eleger 13 congressista

MARIA CLARA CABRAL, da Sucursal de Brasília da Folha

A atual ofensiva contra o tabagismo enfrenta, no campo de batalha da legislação, o lobby da indústria do fumo. Só na última eleição, em 2006, a indústria do fumo aplicou R$ 1,7 milhão em campanhas de candidatos.

E o interesse das empresas do fumo na política aumentou consideravelmente se comparado com a eleição anterior, quando as empresas fabricantes de cigarros ou produtoras de fumo doaram apenas cerca de R$ 255 mil.

Do montante doado no último pleito, cerca de R$ 750 mil ajudaram a eleger congressistas. Entre os 102 candidatos a cargos federais -deputados e senadores- que receberam doações, 13 conseguiram chegar ao Congresso.
Lá eles poderão ter que analisar mais de 20 projetos que tramitam sobre o assunto.

cigarrojpg As propostas tentam, por exemplo, proibir o motorista de fumar no carro ou ainda proibir o cigarro em locais onde se pratica esportes.
Um outro texto, também de âmbito nacional e que está pronto para ser votado no plenário da Câmara, assemelha-se à proposta do governador de São Paulo, José Serra, de acabar com todos os fumódromos em lugares fechados.


Sem prioridade

O deputado Cândido Vacarezza (PT-SP), que recebeu R$ 60 mil de uma empresa do setor, afirmou que, quando o assunto chegar na pauta da Câmara, não terá nenhuma objeção em votar contra o interesse de seu doador.

Ele disse que é favorável à proibição do cigarro em locais fechados, mas que hoje os deputados têm assuntos mais importantes para discutir.

Segundo Vacarezza, o dinheiro foi doado porque o dono da empresa é seu amigo de infância, não por qualquer tipo de relação com o setor.

Já o deputado Sérgio Moraes (PTB-RS), que recebeu cerca de R$ 72 mil em doações, admite ser, na Câmara, um dos maiores defensores da produção do fumo no país. Ele classifica os fumódromos como bons, "porque permitem o fumo àqueles que têm vontade de fumar".

O parlamentar não fuma, mas disse defender os interesses do setor, pois a sua região -Santa Cruz do Sul (RS), a 155 km de Porto Alegre, de onde Moraes já foi prefeito- é a maior produtora do país.

Segundo dados do Sindifumo (Sindicato da Indústria do Fumo), cerca de 190 mil famílias vivem da produção do fumo na região. Esse é o argumento do deputado. "Não podemos simplesmente acabar com o emprego. E acredito que acabar com os fumódromos pode prejudicar a nossa produção."

Outro deputado da região, Luis Carlos Heinze (PTB-RS), foi o parlamentar que mais recebeu doação de campanha do setor. Foram R$ 120 mil.

Ele admite que pediu dinheiro para as empresas, já que é um grande defensor da produção de fumo na região. "Não ajudo o setor porque vão ajudar minha campanha, mas é pela atividade econômica que defendo. Não vou defender nunca coisas que prejudiquem os produtores", disse.

Em resposta a um projeto que limitava a área de produção do fumo, ele foi autor de um substitutivo na Câmara que autorizava o cultivo do produto em todo o país. O seu texto foi aprovado e, conseqüentemente, o projeto que tentava limitar a produção foi arquivado no ano passado.

Empresas

As empresas que mais doaram na última eleição foram a beneficiadora de fumo Alliance One (R$ 555 mil) e a fabricante de cigarro Sudamax (R$ 522,5 mil). As duas não receberam autorização da Anvisa para funcionar neste ano.

Representantes da Alliance não foram encontrados. Já o advogado da Sudamax disse que a empresa teve que demitir cerca de 500 funcionários, pois a liminar de funcionamento da empresa encontra-se suspensa.

Se comparado com um setor mais forte e maior, o das bebidas, que colocou quase R$ 2 milhões na campanha de deputados eleitos, a participação da indústria do fumo na política não é tão forte.

O presidente do Sindifumo, Iro Schunke, no entanto, admite que o setor acompanha o andamento de projetos de interesse no Congresso.

Segundo ele, a doação de campanha é natural. "Não temos uma bancada do fumo, assim como em outros setores. O que temos são alguns deputados que conhecem a nossa economia e sabem da importância do fumo, por isso não há problema nenhum em fazer doações", afirmou.

> Brasileiros apóiam a proibição do cigarro em lugares fechados. (setembro de 2008)

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