A IA está prestes a alterar radicalmente as estruturas de comando militar que não mudaram muito desde o exército de Napoleão

Apesar de dois séculos de evolução, a estrutura de um estado-maior militar moderno seria reconhecível por Napoleão. Ao mesmo tempo, as organizações militares têm lutado para incorporar novas tecnologias à medida que se adaptam a novos domínios — ar, espaço e informação — na guerra moderna. Benjamin Jensen professor de Estudos Estratégicos na Escola de Combate Avançado da Universidade do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos The Conversation plataforma de informação produzida por acadêmicos e jornalistas O tamanho dos quartéis-generais militares aumentou para acomodar os fluxos de informação e os pontos de decisão expandidos dessas novas facetas da guerra. O resultado é a diminuição dos retornos marginais e um pesadelo de coordenação — muitos cozinheiros na cozinha — que corre o risco de comprometer o comando da missão. Agentes de IA — softwares autônomos e orientados a objetivos, alimentados por grandes modelos de linguagem — podem automatizar tarefas rotineiras da equipe, redu...

Mãe Vera cria 78 criança que ficaram sem os pais

Por Yara Aquino, da Agência Brasil

Águas Lindas (GO) - Quem acha que é difícil a rotina de arrumar um ou dois filhos pela manhã, para ir a escola, dar banho e servir as refeições diárias, não conhece a rotina na casa de “Mãe Vera”, como é conhecida Raimunda Silvério, de 65 anos. Ela tem 78 filhos, adotados de coração.

mae_vera Mãe Vera (foto) cuida de crianças carentes há mais de 40 anos e, há 18, dirige a Casa de Moisés, em Águas Lindas (GO). Tudo começou com a insistência de uma assistente social para que ela cuidasse de uma criança que havia sido abandonada pela mãe. Mesmo contra a vontade do marido, ela aceitou e conta que, quando percebeu, já estava com a casa cheia de crianças. Algumas chegaram a ser deixadas na sua porta pelas mães.

A casa, então, ficou pequena, o casamento acabou e ela resolveu invadir uma área que desse para abrigar a todos. “Quando vi, minha casa estava cheia e formei um novo lar”, conta.

A construção começou com folhas de madeirite e, hoje, já são duas alas, além de uma pequena biblioteca e um laboratório de informática. Há também um consultório odontológico montado e mantido por um professor da Universidade de Brasília (UnB). E, agora, o terreno já pertence legalmente à instituição.
Para manter tantas crianças, só mesmo com a ajuda de voluntários. Cinco fazem os trabalhos de rotina da casa e diversos ajudam com doações de alimentos, roupas, materiais escolares e de limpeza. Tarefa que não é fácil para garantir os 15 quilos de arroz, seis de feijão e entre 7 a 10 quilos de carne consumidos a cada almoço.

A estimativa é de que a despesa mensal passe de R$ 10 mil. A grande preocupação são as contas de água e luz. A última chega a R$ 800 mensais. Além da ajuda dos doadores, a instituição promove bazares para arrecadar dinheiro e, há cerca de um ano, o fórum da cidade envia, mensalmente, oito cestas de alimentos.

O caçula da casa tem três meses de idade e os mais velhos, 18 anos. As crianças e adolescentes chegam até Mãe Vera trazidas pelo conselho tutelar, depois de ter vivenciado episódios de violência familiar, ou ainda entregues por famílias que não têm como sustentá-las. Algumas são reintegradas à família, outras passam a ter a Casa de Moisés como lar definitivo.

Vanessa de Souza, por exemplo, tem 15 anos e está na casa há dois. Depois que a mãe morreu, ela morou com parentes, mas conta que não deu certo e, então, foi acolhida por Mãe Vera. “Ela está sendo tudo para mim porque é a pessoa que está me ajudando nesse momento difícil da minha vida”, diz.

Mas, por que deixar uma vida relativamente tranquila e acolher tantas crianças e enfrentar tantas dificuldades para sustentá-las? A resposta de Mãe Vera é que foi um “chamado de Deus”. Ele se sente orgulhosa ao contar que já tem filhos formados e até netos. E diz também que já perdeu a conta de quantas crianças e adolescentes já a tiveram como mãe.

Para ela, tudo é compensado pela grande alegria de vê-los crescer saudáveis. “Mesmo com os que vão embora fica uma relação de família, eles vêm final da semana, no Natal, no meu aniversário”.


Braço direito de Mãe Vera, o voluntário Iraci Alves prepara documentos para tentar registrar a instituição como uma organização não-governamental. A expectativa é que seja possível conseguir financiamentos com a nova denominação. “Teríamos acesso a verbas para construir oficinas profissionalizantes, quadras de esporte”, explica.


A instituição está aberta para o trabalho de voluntários e para doações. O telefone é (61) 3618-5322.

> Agência Brasil.

> Como tem sido o triunfo do mal sobre as crianças.

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