A IA está prestes a alterar radicalmente as estruturas de comando militar que não mudaram muito desde o exército de Napoleão

Apesar de dois séculos de evolução, a estrutura de um estado-maior militar moderno seria reconhecível por Napoleão. Ao mesmo tempo, as organizações militares têm lutado para incorporar novas tecnologias à medida que se adaptam a novos domínios — ar, espaço e informação — na guerra moderna. Benjamin Jensen professor de Estudos Estratégicos na Escola de Combate Avançado da Universidade do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos The Conversation plataforma de informação produzida por acadêmicos e jornalistas O tamanho dos quartéis-generais militares aumentou para acomodar os fluxos de informação e os pontos de decisão expandidos dessas novas facetas da guerra. O resultado é a diminuição dos retornos marginais e um pesadelo de coordenação — muitos cozinheiros na cozinha — que corre o risco de comprometer o comando da missão. Agentes de IA — softwares autônomos e orientados a objetivos, alimentados por grandes modelos de linguagem — podem automatizar tarefas rotineiras da equipe, redu...

Igreja Universal tenta intimidar a Folha

Por Frederico Vasconcelos - A ação de indenização movida pela Igreja Universal do Reino de Deus contra a Empresa Folha da Manhã S/A e o jornalista Fernando de Barros e Silva, editor de Brasil e colunista da Folha, é mais um capítulo da estratégia de intimidação traçada desde a publicação, em dezembro, da reportagem "Universal chega aos 30 anos com império empresarial", da repórter Elvira Lobato.

Essa é a argumentação central da defesa oferecida ao juiz da 16ª Vara Cível de São Paulo na ação em que a Universal alegou ofensa à honra pelo artigo intitulado "Fé do bilhão", publicado na edição de 17 de dezembro de 2007: "Uma ação orquestrada pela autora [Igreja Universal] para intimidar e prejudicar a ré Folha e os jornalistas a seu serviço".

As advogadas Taís Borja Gasparian e Mônica Filgueiras S. Galvão sustentam que o artigo "consubstancia lícito e legítimo exercício da liberdade de expressão do pensamento e opinião, não havendo nele qualquer abuso ou ilegalidade".

Segundo o pedido de indenização, o artigo de Fernando de Barros e Silva "constitui-se meio para transmitir falsa impressão da realidade", e "a ofensa é lançada de maneira dissimulada, tudo para desnaturar os propósitos institucionais da autora -esperados de qualquer entidade religiosa, qual seja, prestar assistência espiritual sem fins lucrativos".

Para as advogadas, o colunista "se limitou a, no exercício das liberdades de expressão da opinião e crítica, analisar fatos que já haviam sido noticiados, emitindo sua opinião".

A defesa registra que, desde a publicação da reportagem de Elvira Lobato, a Folha e a repórter "foram surpreendidas com verdadeira campanha persecutória" por parte da igreja e de seus fiéis, "mediante o uso abusivo do Poder Judiciário".

Foram distribuídas ações nos Juizados Especiais Cíveis dos mais diversos rincões do país -de Xapuri, no Acre, a Jaguarão, no Rio Grande do Sul- por fiéis da Igreja Universal, que afirmam, com base na mesma ladainha, terem se sentido ofendidos. De um total de 97 ações movidas até agora por seguidores da igreja, a Justiça proferiu 37 decisões, todas favoráveis ao jornal e à repórter.

No artigo contestado, o colunista afirma que a Igreja Universal "trata de cuidar do milagre da multiplicação -não dos peixes, mas da fortuna alavancada pelos dízimos de seu rebanho". E menciona as "23 emissoras de TV, 40 rádios próprias e outras 36 arrendadas, dois jornais de grande circulação, duas gráficas, empresas de participações, uma agência de turismo, uma imobiliária, uma seguradora de saúde e -surpresa- até mesmo uma empresa de táxi aéreo".

A defesa cita biografia autorizada de Edir Macedo, que tem dois capítulos intitulados "Império da Comunicação" e "Império Religioso". Segundo a defesa, não foram os jornalistas que atribuíram à Igreja Universal a propriedade de inúmeras empresas. "Outras publicações, autorizadas pelo bispo Edir Macedo, o fazem de maneira bem mais explícita."

Sobre a referência aos dízimos e repasses a empresas em paraísos fiscais, a defesa diz que, "recentemente, a Justiça de São Paulo decretou a quebra dos sigilos bancários e fiscais de empresas e pessoas ligadas à Igreja Universal, justamente sob a suspeita de remessa ilegal de divisas decorrente de dízimos para paraísos fiscais".

> Folha reage à intimidação da Igreja Universal. (fevereiro de 2008)

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