A IA está prestes a alterar radicalmente as estruturas de comando militar que não mudaram muito desde o exército de Napoleão

Apesar de dois séculos de evolução, a estrutura de um estado-maior militar moderno seria reconhecível por Napoleão. Ao mesmo tempo, as organizações militares têm lutado para incorporar novas tecnologias à medida que se adaptam a novos domínios — ar, espaço e informação — na guerra moderna. Benjamin Jensen professor de Estudos Estratégicos na Escola de Combate Avançado da Universidade do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos The Conversation plataforma de informação produzida por acadêmicos e jornalistas O tamanho dos quartéis-generais militares aumentou para acomodar os fluxos de informação e os pontos de decisão expandidos dessas novas facetas da guerra. O resultado é a diminuição dos retornos marginais e um pesadelo de coordenação — muitos cozinheiros na cozinha — que corre o risco de comprometer o comando da missão. Agentes de IA — softwares autônomos e orientados a objetivos, alimentados por grandes modelos de linguagem — podem automatizar tarefas rotineiras da equipe, redu...

Caso dos sargentos divide comunidade gay (Folha)

Advogado que acompanhou o caso dos sargentos diz que "eles estão pagando um preço alto pela grandeza de seu ato"

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Sargentos Laci e Fernando

"Foi um momento de insanidade", diz o jornalista Erik Galdino, 24, sobre a atitude dos sargentos do Exército que na semana passada assumiram em uma revista e na TV sua homossexualidade. Fundador de um blog gay aos 18 anos, Erik, hoje com 24, é considerado um dos precursores do debate entre adolescentes sobre o tema.

"Eles [os sargentos] procuraram a revista [Época] para "chamar mídia". Não sei o motivo, talvez retaliação por algo que fizeram com eles no Exército. Como é que ninguém sabia que eles eram gays? Não cabe. Um fazia cover da Cássia Eller!", admira-se o blogueiro.

A militância homossexual enquadra Erik em um caso de "homofobia internalizada" (aversão entre gays, que pode levar a uma constante desconfiança sobre as intenções dos próprios pares).

Erik diz que há um "exagero" nas avaliações. "Para os militantes, tudo é homofobia. Boa parte não consegue rir quando se fala dos gays com humor na mídia", afirma o blogueiro.

Em vez de agregar, o gesto dos sargentos Fernando de Alcântara Figueiredo e Laci Marinho de Araújo [que está preso, em Brasília] parece ter despertado uma uma divergência entre gays. Muitos condenam a atitude dos sargentos .

O empresário Sérgio di Pietro, dono da revista eletrônica "A Capa", de freqüência gay, diz que recebeu "mensagens de pessoas que acham que o erro não é a discriminação, mas a exposição dos sargentos."

O colunista da seção GLS da Revista da Folha, Vitor Angelo, conta que ouviu comentários como: "O que aquelas duas estão fazendo no Exército?"

"É muito comum essa reação dentro da comunidade, até por uma questão de vaidade. Quem não consegue destaque, fala mal", diz o presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais, Toni Reis, que está em Brasília para acompanhar a 1ª conferência gay do Brasil. Reis conta que freqüentou a mídia na época em que seu parceiro inglês, David Harrad, com quem mantém uma relação estável, foi preso pela Polícia Federal por não possuir o visto brasileiro permanente.

"Aparecemos em todas as revistas, no Jô, e acabamos mudando a lei nesse país! Mas eu entrava na sauna e ouvia: "Muda de emprego, bicha, vai morar na Inglaterra! É mais fácil."


O advogado Francisco Lúcio França, do Conselho Estadual de Direitos da Pessoa Humana, que acompanhou o caso dos sargentos, garante que "eles estão pagando um preço alto pela grandeza de seu ato político".

Para o escritor João Silvério Trevisan, um dos fundadores do movimento gay no Brasil, a reação homofóbica se deve à "vivência bissexual mal resolvida do brasileiro". "As pessoas tendem a fazer tudo por debaixo dos panos. Esses caras estão muito sozinhos, pode crer".


Silvério também põe a culpa no "baixo nível político da comunidade [gay] no Brasil". "O que nós temos em termos de movimento político é uma continuação do PT, uma esquerdinha vagabunda. Onde já se viu uma conferência gay ser convocada pelo presidente da República? A luta tinha de ir da sociedade para o governo, e não o contrário." (Paulo Sampaio)

> Sargento gay do Exército teme ser morto.

> Citações sobre preconceito.

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