A IA está prestes a alterar radicalmente as estruturas de comando militar que não mudaram muito desde o exército de Napoleão

Apesar de dois séculos de evolução, a estrutura de um estado-maior militar moderno seria reconhecível por Napoleão. Ao mesmo tempo, as organizações militares têm lutado para incorporar novas tecnologias à medida que se adaptam a novos domínios — ar, espaço e informação — na guerra moderna. Benjamin Jensen professor de Estudos Estratégicos na Escola de Combate Avançado da Universidade do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos The Conversation plataforma de informação produzida por acadêmicos e jornalistas O tamanho dos quartéis-generais militares aumentou para acomodar os fluxos de informação e os pontos de decisão expandidos dessas novas facetas da guerra. O resultado é a diminuição dos retornos marginais e um pesadelo de coordenação — muitos cozinheiros na cozinha — que corre o risco de comprometer o comando da missão. Agentes de IA — softwares autônomos e orientados a objetivos, alimentados por grandes modelos de linguagem — podem automatizar tarefas rotineiras da equipe, redu...

Relator do caso Isabella no STJ diz que exagero está nos fatos, não na imprensa (Última Instância)


O ministro Napoleão Nunes Maia Filho (foto) chegou ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) há apenas um ano, mas já ganhou assento entre os magistrados tidos como linha-dura em suas decisões. Ele contesta: “Não sou rígido; quem é rígida é a lei”. O ministro compõe a Quinta Turma e é o relator do habeas-corpus impetrado em favor do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, denunciados pela morte da menina Isabella Nardoni.

O ministro Napoleão não minimiza o impacto do clamor público sobre as decisões, e é categórico: “O juiz tem de sentir o que a sociedade sente”. Leia a seguir entrevista divulgada no site do STJ:

Pergunta — O que o magistrado deve fazer para não perder a imparcialidade no momento de decidir?

Napoleão Nunes Maia Filho — Deve ater-se aos aspectos técnicos da demanda, aqueles que são traçados previamente na lei. Este é um recurso estratégico de todo o juiz prudente. Escudando-se da lei, não teme decidir o que sua consciência lhe indicar, quer agrade, quer desagrade à expectativa das pessoas que cercam ou que acompanham a resolução daquele litígio.

Pergunta — Há influência do clamor público nas decisões judiciais que têm grande repercussão na imprensa?

Napoleão Nunes Maia Filho — Seria desfaçatez da minha parte negar isso. Todos nós nos influenciamos pelos acontecimentos monstruosos. O que está acontecendo na China, por exemplo. Eu me comovo quando vejo. E os crimes brutais, coisas rigorosamente sem paralelo, não deixam a gente abalado? Claro que sim. E a imprensa, no seu papel de informar, cumpre também a sua função de emocionar.

Pergunta — A imprensa exagera na divulgação desses fatos?

Napoleão Nunes Maia Filho — Eu tenho a impressão de que os exageros, as demasias estão nos fatos, os fatos é que são assombrosos. Existiria maneira de divulgar esses casos sem ser da maneira como se fez? O dantesco está no fato que a imprensa apresenta, expõe, interpreta e narra. A imprensa tem de fazer isso. E nós que temos o dever de julgar temos a obrigação de isolar o emocional, mas não o sensorial. O juiz tem de sentir o que a sociedade sente.

Pergunta — Então, o trabalho feito pela imprensa pode ter efeito positivo?

Napoleão Nunes Maia Filho — A divulgação dos fatos tem um papel de mudança, de alerta; um papel educativo. As coisas que caem no esquecimento se tornam incapazes de alterar a nossa vida. As coisas que nos são lembradas diariamente é que conservam a força de alterar o curso da nossa história.

Pergunta — O senhor acha que as decisões sobre prisões cautelares tem sido bem fundamentadas?

Napoleão Nunes Maia Filho — Não devemos confundir decisão não-fundamentada, decisão desfundamentada, com aquela exiguamente fundamentada. Há magistrados que são esmerados escritores. Outros são mais restritos. Mas não quer dizer que o decreto de prisão não esteja fundamentado. Temos de distinguir essas situações.

Pergunta — É possível ao STJ conceder um habeas-corpus sobre decisão de segunda instância que negou liminar?

Napoleão Nunes Maia Filho — Em tese não é possível essa impetração. Há súmula no Supremo Tribunal Federal a respeito (Súmula 691). Entretanto, em casos excepcionais, baseados em atos absurdos que agridem o senso-comum e o entendimento consolidado da lei, é possível. Isso porque o habeas-corpus é uma garantia constitucional e a Constituição é soberana.

> Ministro Napoleão nega o pedido de habeas corpus ao pai e madrasta de Isabella.

> Caso Isabella.

Comentários

  1. Os Juízes, desde o primeiro, em S.Paulo, agora, o Dr. Maia, em Brasília, estão representando claramente o clamor da sociedade brasileira, no caso do assassinato na menina Isabela. Espero que o Tribunal do Juri, faça a mesma coisa, quando da oportunidade do julgamento desse crime bárbaro.

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  2. Os Juízes que negaram as liminares, e com certeza, outros irão rechaçar o mérito dos habeas corpus, estão realmente exercitando a vontade da sociedade, para que esse crime "assombroso" como disse o Magistrado, não fique impune, e, seja imposta uma pena rigorosa.
    Romero Evandro Carvalho

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  3. Estou começando a acreditar na Justiça.
    O que esse Ministro - Dr. Napoleão falou me comoveu.
    Sempre que vejo Ministros do Supremo são cada asneira de Gilmar Mendes e Marco Aurélio de Mello que ainda bem que existe uma luz no fundo do túnel.
    Existe o Ministro Napoleão.

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