A IA está prestes a alterar radicalmente as estruturas de comando militar que não mudaram muito desde o exército de Napoleão

Apesar de dois séculos de evolução, a estrutura de um estado-maior militar moderno seria reconhecível por Napoleão. Ao mesmo tempo, as organizações militares têm lutado para incorporar novas tecnologias à medida que se adaptam a novos domínios — ar, espaço e informação — na guerra moderna. Benjamin Jensen professor de Estudos Estratégicos na Escola de Combate Avançado da Universidade do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos The Conversation plataforma de informação produzida por acadêmicos e jornalistas O tamanho dos quartéis-generais militares aumentou para acomodar os fluxos de informação e os pontos de decisão expandidos dessas novas facetas da guerra. O resultado é a diminuição dos retornos marginais e um pesadelo de coordenação — muitos cozinheiros na cozinha — que corre o risco de comprometer o comando da missão. Agentes de IA — softwares autônomos e orientados a objetivos, alimentados por grandes modelos de linguagem — podem automatizar tarefas rotineiras da equipe, redu...

Péres atuou como governista crítico e oposicionista duro (Folha)


ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

José Jefferson Carpinteiro Péres (foto) nasceu em 19 de março de 1932, em Manaus (AM), capital que o projetou para a política como homem que preferiu manter-se fiel aos seus princípios e não alinhar-se a ninguém. Ao longo de sua carreira política, atuou como governista crítico e oposicionista duro.

Teve só dois cargos eletivos: senador por 13 anos e vereador por seis. Eleito pela primeira vez em 1989, deu sustentação ao então prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB), de quem era amigo pessoal.

Contudo, nunca o apoiou incondicionalmente. "Péres sempre fez aquele apoio crítico", contou Virgílio. "Quando havia algum projeto de interesse do Executivo e ele era contra, a gente estendia a sessão o máximo que podia para ele ir almoçar. Era muito metódico com a saúde, por isso estranhei essa morte repentina", afirmou o líder do PSDB no Senado.

Péres foi eleito senador pela primeira vez pelo PSDB, em 1994, quando Fernando Henrique Cardoso chegou à Presidência. Foi aos poucos assumindo posturas críticas que desgastaram sua relação com o partido. Sua amizade com Arthur Virgílio, à época secretário-geral tucano, sofreu abalos.

"Nossa relação nunca foi um mar de rosas, mas conseguimos, ao longo dos anos, manter boa convivência", contou. Segundo Virgílio, Péres adorava dançar e tinha um humor sutil.
A convite de Leonel Brizola, entrou para o PDT em 1999, quando acentuou a oposição a FHC. Em maio de 2001, Péres chamou o governo tucano de "abafador de investigações".

Um ano depois, Péres disputou a reeleição e apoiou o então candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno. No primeiro ano de governo petista, integrou a base de sustentação. Rompeu já em 2004, após o escândalo Waldomiro Diniz, funcionário da Casa Civil ligado ao então ministro José Dirceu que foi flagrado recebendo propina.

Em 2006, quando a reeleição de Lula era dada como certa apesar de escândalos, Péres usou a tribuna para desabafar: "Este Congresso é a pior legislatura da qual já participei" . Na ocasião, chegou a dizer que nunca mais seria candidato.

Em 2007, quando relatou um dos processos de cassação contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), ele foi alvo de denúncias incluídas em dossiê distribuído aos colegas. Ele teria sofrido processo nos anos 70 por participar de esquema de fraudes em uma siderúrgica; empregaria a mulher no seu gabinete; e teria usado passagens aéreas do Senado para uma amante. Péres pediu que fosse investigado e disse que não era "chantageável". "Ética, para mim, não é pose", afirmou.

> Morre Jefferson Péres, um dos poucos senadores éticos.

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