A IA está prestes a alterar radicalmente as estruturas de comando militar que não mudaram muito desde o exército de Napoleão

Apesar de dois séculos de evolução, a estrutura de um estado-maior militar moderno seria reconhecível por Napoleão. Ao mesmo tempo, as organizações militares têm lutado para incorporar novas tecnologias à medida que se adaptam a novos domínios — ar, espaço e informação — na guerra moderna. Benjamin Jensen professor de Estudos Estratégicos na Escola de Combate Avançado da Universidade do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos The Conversation plataforma de informação produzida por acadêmicos e jornalistas O tamanho dos quartéis-generais militares aumentou para acomodar os fluxos de informação e os pontos de decisão expandidos dessas novas facetas da guerra. O resultado é a diminuição dos retornos marginais e um pesadelo de coordenação — muitos cozinheiros na cozinha — que corre o risco de comprometer o comando da missão. Agentes de IA — softwares autônomos e orientados a objetivos, alimentados por grandes modelos de linguagem — podem automatizar tarefas rotineiras da equipe, redu...

Marco Aurélio diz que é preocupante tentativa de "emudecê-lo" (Folha Oline)

por GABRIELA GUERREIRO
Brasília

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Marco Aurélio Mello, reagiu nesta quinta-feira à decisão do PT de protocolar no CNJ (Conselho Nacional de Justiça) uma reclamação contra ele por ter supostamente "extrapolado" suas atribuições de magistrado ao opinar sobre o lançamento do programa Territórios da Cidadania pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mello disse que não feriu em nenhum momento a lei da magistratura, como argumenta o PT, além de ressaltar que ninguém terá o poder de calar sua boca.

"Essa tentativa de emudecer o presidente do TSE é até mesmo preocupante. Se eu tivesse por acaso elogiado o programa no ano das eleições, o que haveria? O aplauso generalizado e até mesmo um busto na Praça dos Três Poderes", ironizou.

O presidente do TSE disse que ficou "surpreso" com a decisão do PT porque representa o "desconhecimento dos novos ares constitucionais" da liberdade de expressão no país. "[O PT] desconhece também o papel da Justiça Eleitoral. É o único ramo do Judiciário que atua no campo consultivo de interpretação prévia do Direito posto, editando resoluções, organizando as eleições", disse.

O líder do PT na Câmara, deputado Maurício Rands (PE), encaminhou hoje a queixa ao CNJ questionando as freqüentes opiniões políticas do ministro sobre o governo Lula. Para o deputado, Marco Aurélio violou a Loman (Lei Orgânica da Magistratura Nacional).

O ministro rebateu o argumento do PT ao afirmar que tem pleno conhecimento do teor da Loman. "A essa altura, depois de quase 30 anos na judicatura, eu a desconheço? Logo eu, que busco a prevalência das normas do país? Creio que há algo errado aí. É uma ótica que merece uma ex-comunhão maior", afirmou.

Mello considerou o episódio "interessante" para colocar em xeque as competências do CNJ --uma vez que, como integrante do STF (Supremo Tribunal Federal), tem a prerrogativa de julgar os atos do conselho. "É interessantíssimo o episódio até para definir a extensão da atuação do CNJ. Faço uma única colocação: como integrante do Supremo, julgo os atos do CNJ."

Embate

O embate entre Mello e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve início quando o presidente do TSE criticou o lançamento do programa Territórios da Cidadania, há duas semanas. Na opinião do ministro, o programa teria caráter eleitoral porque foi lançado há poucos meses das disputas municipais --como acusaram o PSDB e DEM em ação impetrada no TSE.

A reação de Marco Aurélio desencadeou uma série de troca de farpas entre ele e Lula. No entanto, após dois dias de embates, o próprio presidente decidiu colocar um ponto final na discussão, negando qualquer possibilidade de crise entre Executivo e Judiciário.

Apesar da reação do presidente, a bancada do PT na Câmara optou por encaminhar a queixa contra Marco Aurélio Mello. A iniciativa partiu do secretário-geral do partido, José Eduardo Cardozo (SP), e do deputado Fernando Ferro (PE).

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