Enem do servidor federal vai oferecer em 2024 mais de 7 mil vagas

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A partir de 2024 haverá uma prova nacional unificando o processo de seleção de servidores federais, um Enem dos Concursos”, como o objetivo de facilitar o acesso da população às provas, inclusive em cidades do interior. A primeira prova será realizada no dia 24 de fevereiro.  A estimativa de vagas é de mais 7 mil no primeiro ano do concurso, Provas serão simultaneamente em 179 cidades das 5 regiões Cada ministério poderá decidir se vai aderir a esse modelo ou fazer os concursos por conta própria. O exame acontecerá ao mesmo tempo em 179 municípios, sendo 39 na Região Norte, 50 no Nordeste, 18 no Centro-Oeste, 49 no Sudeste e 23 no Sul. Haverá duas provas no mesmo dia. Uma com questões objetivas, comum a todos, e outra com perguntas específicas e dissertativas, divididas por blocos temáticos. Os candidatos para Trabalho e Previdência farão a mesma segunda prova, por exemplo; já os candidatos para Administração e Finanças Públicas, outra. As vagas abrangem os seguintes setores: Administr

Tendência é que casos de febre amarela se reduzam (Folha)

Para ministro da Saúde, aumento da vacinação deve conter evolução da doença

ANGELA PINHO
JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Confrontado com uma escalada do número de casos de febre amarela no país e, ao mesmo tempo, com a corrida da população pela vacina, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirma que há "um clima de irresponsabilidade no país" e culpa a mídia por parte dele. Para Temporão, 56, setores dos meios de comunicação induziram a população a uma "interpretação equivocada" da doença. "O governo fala uma coisa e parte da imprensa estimula outra", disse em entrevista à Folha, por telefone, na tarde de sexta-feira.

Apesar de afirmar que essa mesma mídia, para ele, precisa "esquecer a política com "p" pequeno", o ministro nega sofrer pressão política e diz que o ministério não vai divulgar a lista de municípios em áreas de risco porque essa tarefa é dos governos estaduais e prefeituras.

Temporão voltou a negar a possibilidade de uma epidemia de febre amarela no país, disse que é nula a chance de casos urbanos e, diante da falta de vacina em alguns postos, prometeu que o problema será resolvido nesta semana.


FOLHA - O número de casos de febre amarela confirmados neste ano já é maior do que o do ano passado e o maior desde 2004. Por quê?

JOSÉ GOMES TEMPORÃO - Eu poderia fazer uma análise distinta. O número de casos vem diminuindo de maneira consistente desde 2000 e é bem menor do que em 2003. Isso tem a ver com a dinâmica de circulação do vírus em regiões de mata e com a entrada de pessoas não vacinadas nessas regiões. Todos os anos o Brasil apresenta casos de febre amarela silvestre porque nós temos matas, macacos, mosquitos e o vírus, circulando permanentemente nessas regiões. O que aconteceu, de uma certa forma, é que houve uma interpretação por algum motivo equivocada da população que desnecessariamente começou a procurar vacina mesmo não necessitando.

FOLHA - Houve falta de vacina em alguns locais...

TEMPORÃO - Houve situações de desabastecimento em alguns Estados porque muitas pessoas que não precisavam acabaram tomando a vacina e isso fez com que pessoas que precisavam tivessem dificuldade em encontrar. Mas isso já está sendo reposto e eu tenho certeza que ao longo da próxima semana toda a situação de abastecimento vai estar sob controle.

FOLHA - Com a evolução dos casos neste ano, pode-se chegar ao patamar de 2000 [85 casos]?

TEMPORÃO - Vai depender um pouco da dinâmica da circulação do vírus nessas áreas, mas, por outro lado, nós já temos a população muito mais protegida do que naquela época. A tendência é que, ao longo das próximas semanas, o número de casos se reduza.

FOLHA - Qual a possibilidade de alguém que contraiu o vírus da febre amarela em área rural ser picado pelo Aedes aegypti? O risco de retorno da febre amarela urbana é zero?

TEMPORÃO - É zero porque todas as medidas que nós tomamos nos dão segurança absoluta de que não há possibilidade nem remota nem remotíssima de que o Aedis possa entrar nessa cadeia e reintroduzir a febre amarela urbana.

FOLHA - O sr. disse que houve uma interpretação errada da população sobre a necessidade da vacina. Onde acha que houve a desinformação?

TEMPORÃO - Fui em cadeia de rádio e televisão e posso confirmar que muitos analistas políticos e jornalistas continuam ignorando de maneira irresponsável a determinação das autoridades sanitárias. Não quero generalizar, mas o governo fala uma coisa e parte da imprensa estimula outra coisa e isso é muito ruim. É preciso ter mais cuidado no trato das questões de saúde pública e abstrair um pouco a questão dos governos e da política com "p" pequeno e pensar na política de saúde.

FOLHA - Quando o sr. fala de "política com "p" pequeno" se refere à imprensa ou a outros tipos de pressão?

TEMPORÃO - Foi principalmente no caso de parte da mídia. Os jornais de São Paulo, a meu ver, vêm cobrindo de maneira mais responsável essa questão do que outras. Não quero generalizar, mas a imprensa paulista e carioca pautam muito a imprensa regional, e isso leva para o interior uma percepção da realidade que pode induzir as pessoas a um comportamento errático, inseguro, emocional. São seres humanos.

FOLHA - A responsabilidade é só da imprensa? A população não foi surpreendida pelos primeiros casos, que foram aumentando dia-a-dia?

TEMPORÃO - Quando você lê na manchete de um jornal "Mais um caso de febre amarela", quando é um caso suspeito, mais uma morte onde não havia morte, e sem dizer que é silvestre, o que você acha que o cidadão fará? Imediatamente levanta e vai se vacinar.

FOLHA - Há duas pessoas internadas em Brasília por causa de revacinação. O que acontece?

TEMPORÃO - Essas pessoas internadas são, provavelmente, resultado desse clima de irresponsabilidade que se criou.

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