A IA está prestes a alterar radicalmente as estruturas de comando militar que não mudaram muito desde o exército de Napoleão

Apesar de dois séculos de evolução, a estrutura de um estado-maior militar moderno seria reconhecível por Napoleão. Ao mesmo tempo, as organizações militares têm lutado para incorporar novas tecnologias à medida que se adaptam a novos domínios — ar, espaço e informação — na guerra moderna. Benjamin Jensen professor de Estudos Estratégicos na Escola de Combate Avançado da Universidade do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos The Conversation plataforma de informação produzida por acadêmicos e jornalistas O tamanho dos quartéis-generais militares aumentou para acomodar os fluxos de informação e os pontos de decisão expandidos dessas novas facetas da guerra. O resultado é a diminuição dos retornos marginais e um pesadelo de coordenação — muitos cozinheiros na cozinha — que corre o risco de comprometer o comando da missão. Agentes de IA — softwares autônomos e orientados a objetivos, alimentados por grandes modelos de linguagem — podem automatizar tarefas rotineiras da equipe, redu...

Só em eventos, governo já gastou R$ 430 milhões (Estado de S.Paulo)

Análise dos números do Siafi mostra que exposições e festas são as que mais têm crescido

Sérgio Gobetti, BRASÍLIA

O governo federal já gastou R$ 430 milhões com a realização de exposições, congressos, conferências e festas desde o início da administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os dados foram extraídos do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) e, num momento em que o próprio presidente determinou a racionalização dos gastos, mostram que esse tipo de despesa supérflua é uma das que mais crescem na Esplanada dos Ministérios e nos demais Poderes.

Entre 2001 e 2003, o gasto médio com essa finalidade oscilava em torno de R$ 42 milhões ao ano. Entre 2004 e 2007, a média pulou para R$ 111 milhões anuais. No ano passado, os Ministérios dos Esportes e do Turismo lideraram a gastança com exposições e congressos: R$ 21,6 milhões e R$ 11,8 milhões, respectivamente. Com festividades e homenagens, quem mais gasta é o Ministério da Defesa (R$ 4,7 milhões ao ano), seguido pelo Ministério das Relações Exteriores (R$ 2,2 milhões).

Uma das entidades que mais faturam com a realização de eventos e divulgação do turismo brasileiro é a Federação Brasileira de Convention e Visitors Bureaux.

Essa ONG já recebeu R$ 110 milhões desde o início do governo Lula e está entre as 20 entidades privadas sem fins lucrativos que mais recebem recursos do governo federal, embora não conste da lista investigada pela Corregedoria-Geral da União (CGU).

Até 2002, essa federação quase não recebia recursos da União. Foi no governo Lula, na gestão do ex-ministro Walfrido Mares Guia, que a entidade começou a aparecer com destaque nos extratos do Siafi analisados pelos técnicos da Comissão de Orçamento do Congresso. Hoje, seu faturamento anual com dinheiro federal é do mesmo nível do Serviço Social da Indústria, o Sesi, e se aproxima do das centrais sindicais.

Além dos gastos com festas e congressos, outra despesa supérflua também chama a atenção: são as de “copa e cozinha”.

COPA E COZINHA

Entre compra de materiais e contratação de serviços de garçom, o governo Lula e os chefes dos demais Poderes já gastaram R$ 313 milhões nos últimos cinco anos. A média anual de gasto com “copa e cozinha” era de R$ 30 milhões entre 2001 e 2003 e em 2007 chegou a R$ 88 milhões.

Nessa seara, o Ministério da Saúde é que lidera o ranking da gastança: desembolsou R$ 22,6 milhões no ano passado com a contratação de serviços de copa e cozinha, seguido pelo Ministério da Educação (R$ 5 milhões) e pela Presidência da República (R$ 4,8 milhões).

Nem a Câmara dos Deputados gasta tanto com garçons e comida - R$ 4,6 milhões em 2007, valor igual ao do Ministério Público da União.

Outro sinal de preocupação aparece na evolução dos gastos da União com serviços de apoio administrativo, que passaram de R$ 408 milhões em 2002 para R$ 1,1 bilhão em 2007.

A conta de combustíveis para abastecer os veículos oficiais também cresce velozmente: de R$ 312 milhões em 2002 saltou para R$ 726 milhões em 2007.

Comentários