A IA está prestes a alterar radicalmente as estruturas de comando militar que não mudaram muito desde o exército de Napoleão

Apesar de dois séculos de evolução, a estrutura de um estado-maior militar moderno seria reconhecível por Napoleão. Ao mesmo tempo, as organizações militares têm lutado para incorporar novas tecnologias à medida que se adaptam a novos domínios — ar, espaço e informação — na guerra moderna. Benjamin Jensen professor de Estudos Estratégicos na Escola de Combate Avançado da Universidade do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos The Conversation plataforma de informação produzida por acadêmicos e jornalistas O tamanho dos quartéis-generais militares aumentou para acomodar os fluxos de informação e os pontos de decisão expandidos dessas novas facetas da guerra. O resultado é a diminuição dos retornos marginais e um pesadelo de coordenação — muitos cozinheiros na cozinha — que corre o risco de comprometer o comando da missão. Agentes de IA — softwares autônomos e orientados a objetivos, alimentados por grandes modelos de linguagem — podem automatizar tarefas rotineiras da equipe, redu...

Jobim libera escalas em Congonhas (Estadão)

Ministro também volta atrás na questão da ampliação de Cumbica: terceira pista não será mais construída

Luciana Nunes Leal e Isabel Sobral

Seis meses depois de anunciar medidas emergenciais para reformular o sistema aéreo, sob o impacto do acidente com o Airbus da TAM, que matou 199 pessoas em São Paulo, o governo federal recuou ontem de medidas que apresentou como cruciais para evitar o caos aéreo e garantir a segurança dos passageiros. A partir de 16 de março, o Aeroporto de Congonhas, zona sul da capital, voltará a receber escalas e poderá ser usado pelas empresas para fazer conexões. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, anunciou ainda a desistência - por “inviabilidade técnica” - da construção da terceira pista do Aeroporto de Cumbica, Guarulhos, antes apontada como fundamental para reorganizar o chamado “terminal São Paulo”.

Apesar das regras mais flexíveis, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que será mantido o limite máximo de 34 movimentos (pousos e decolagens) por hora. Serão 30 movimentos para a aviação comercial e 4 para aviação geral (táxis aéreos e jatos executivos). Outra mudança é a volta dos vôos charter para Congonhas - mas os pousos e decolagens são serão permitidos nos fins de semana - das 14 horas às 22h45 aos sábados e das 6 às 14 horas aos domingos.

Quanto a Cumbica, no lugar da nova pista será feita a ampliação do pátio para aeronaves. Até julho, 27 posições de estacionamento serão criadas. O objetivo é deixar as duas pistas atuais livres para pousos e decolagens, sem aviões que fazem fila à espera de vagas nos pátios enquanto aguardam autorização para decolar. Os dois terminais de passageiros também passarão por obras de “reconfiguração” para melhorar o atendimento e balcões de check-in.

Com a hipótese de fazer a terceira pista de Guarulhos descartada, Jobim voltou a falar na construção de um terceiro aeroporto em São Paulo. Informou, porém, que a escolha do local e a elaboração do projeto básico só serão sair até julho de 2009.

Em agosto, após tomar posse, Jobim tratava o fim das escalas e conexões em Congonhas como inegociável. “As companhias terão problemas, mas a questão da segurança é uma prioridade. Não está em negociação que Congonhas volte a ser um hub nacional (ponto de distribuição de vôos)”, afirmou. Em outra entrevista, reiterou a posição. “Se permitirmos que as empresas operem saindo de Curitiba para Congonhas e depois de uma hora coloquem o mesmo passageiro para Brasília, é a reconstituição do hub novamente, e é exatamente o que as empresas estão pretendendo e não será aceito.”

Ontem, Jobim negou que tenha havido erro de avaliação e disse que a proibição das conexões e escalas foi necessária para que o governo “retomasse o controle” de Congonhas. “Não errei. Quando cheguei, a matéria já estava decidida. As medidas se justificaram naquele momento, havia caos e desconexão entre a Anac e o Decea”, afirmou, referindo-se à Agência Nacional de Aviação Civil e ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo. “Houve uma espécie de congelamento e recuperamos o controle completo do aeroporto. Passamos a ter condições de redimensionar a operacionalidade do aeroporto.” Jobim lembrou que, no passado, Congonhas chegou a ter mais de 40 movimentos por hora para a aviação comercial.

Outra medida em vigor que perderá a validade é a proibição de vôos de mais de 1.500 quilômetros de distância com origem ou destino em Congonhas. Segundo Jobim, o fator decisivo para que sejam autorizados os vôos que passam por Congonhas será o tamanho e o peso dos aviões, e não a distância. A Anac fixará regras de segurança para os aviões que operarem no aeroporto com a nova malha aérea que será negociada entre empresas e governo a partir de 16 de março.

CRONOGRAMA

A partir de 16/3: Congonhas volta a ter vôos com conexões e escalas e, nos fins de semana, poderá receber vôos fretados. Será mantido o limite de 34 pousos e decolagens por hora - 30 para a aviação civil e 4 para a geral (táxis aéreos e aviões particulares)

A partir de março (sem dia definido): entram em vigor normas que aumentam taxas para permanência dos aviões no pátio de Congonhas. A medida visa a evitar o congestionamento de aviões e diminuir os atrasos nas decolagens

Até julho: será concluída a reforma do estacionamento de aviões em Cumbica, com a ampliação de um pátio e a construção de outros dois, criando 27 vagas. A obra foi a saída encontrada pelo governo para compensar o arquivamento do projeto da 3.ª pista

Será publicado o edital de licitação para a construção do Terminal 3 de Cumbica. Os dois terminais existentes serão reconfigurados, para facilitar o atendimento

Até junho de 2009: será definido o local e o projeto do 3.º aeroporto de São Paulo. A um custo de R$ 40 milhões, o projeto, que havia sido deixado de lado, foi retomado com a desistência do governo de fazer a 3.ª pista de Cumbica

Em 2011: conclusão do Terminal 3 de Cumbica. Com isso, o movimento anual no aeroporto passará de 17 milhões para 29 milhões de pessoas. O número de operações subirá de 45 para 54 por hora

Sem data definida: o início das obras do 3.º aeroporto , que deve demorar até seis anos

O início da construção da segunda pista de Viracopos. O Plano Diretor do aeroporto dá prazo até 2015 para a obra

A entrada em vigor das regras de ressarcimento aos passageiros que tiverem os vôos atrasados ou cancelados. O governo editará uma MP com as normas.

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