A IA está prestes a alterar radicalmente as estruturas de comando militar que não mudaram muito desde o exército de Napoleão

Apesar de dois séculos de evolução, a estrutura de um estado-maior militar moderno seria reconhecível por Napoleão. Ao mesmo tempo, as organizações militares têm lutado para incorporar novas tecnologias à medida que se adaptam a novos domínios — ar, espaço e informação — na guerra moderna. Benjamin Jensen professor de Estudos Estratégicos na Escola de Combate Avançado da Universidade do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos The Conversation plataforma de informação produzida por acadêmicos e jornalistas O tamanho dos quartéis-generais militares aumentou para acomodar os fluxos de informação e os pontos de decisão expandidos dessas novas facetas da guerra. O resultado é a diminuição dos retornos marginais e um pesadelo de coordenação — muitos cozinheiros na cozinha — que corre o risco de comprometer o comando da missão. Agentes de IA — softwares autônomos e orientados a objetivos, alimentados por grandes modelos de linguagem — podem automatizar tarefas rotineiras da equipe, redu...

Desconfiança da população nos políticos já atinge mais de 80%

A credibilidade dos parlamentares e das instituições governamentais, diante dos recentes escândalos de corrupção, parece estar no fundo do poço. Prova disso é o crescente aumento da desconfiança da população nas autoridades brasileiras. Desde 1993, a porcentagem de pessoas que não confiam nos políticos vem crescendo.

Naquele ano, 82% da população não acreditavam; em 1999, mais de 85% e em 2005, cerca de 87% não confiavam na classe política. Em 2005, mais de 70% não acreditavam no Senado e na Câmara. No ano passado, este número subiu para 80,7% e 83,1% respectivamente.

Os dados correspondem a duas pesquisas, uma do Ibope, que aborda a evolução dos números, e outra realizada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), com as informações de 2007.

Mesmo com a crença da população em relação à política estando abalada, o estudo da AMB/UnB mostra que cerca de 90% acha que a corrupção pode ser combatida, sendo a Polícia Federal (PF), o Ministério Público (MP) e a sociedade civil as instituições mais relevantes nesse combate. Entre os órgãos mais confiáveis, estão a PF, as Forças Armadas e o Juizado de Pequenas Causas.

O governo federal também não foi poupado pelos entrevistados na sondagem. Cerca de 54% das pessoas admitiram não confiar na atuação do Executivo. A grande maioria das pessoas declarou já ter ouvido falar do TCU e da CGU. Mas a maioria não conhece os trabalhos desenvolvidos pelos dois órgãos. Mais da metade (51%) da população não sabe a diferença entre Ministério Público e Poder Judiciário.

A pesquisa abordou ainda o sistema eleitoral do país. A maioria esmagadora (95%) acredita que a reforma política é fundamental, sendo que 79,8% das pessoas discordam do foro privilegiado a que têm direito presidente da república e seu vice, ministros de estado e de tribunais e parlamentares.

Mais de 90% consideram que um político processado na Justiça não pode concorrer às eleições e 91% acreditam que a Justiça não pune com rigor os políticos. Na sondagem, foram entrevistadas mais de duas mil pessoas em todo o país na faixa etária entre 25 e 34 anos.

O estudo foi orientado pelo coordenador de graduação do Instituto de Ciência Política da UnB e professor de Teoria da Corrupção, Ricardo Caldas.

Ele afirma que o sistema político brasileiro chegou ao limite. Segundo o professor, como o formato da política é tolerante à corrupção, a tendência é aumentar o crime. Porém, Caldas diz que a política não corrompe a pessoa. Para ele, o poder é a principal causa do problema. “Quanto maior o orçamento de uma instituição, maior é a probabilidade de haver corrupção. A pessoa tende a ser mais corrupta onde há mais recursos”, acredita.

Caldas diz que a população, diante de tantos casos de corrupção, já tem a mentalidade de que tudo é possível e que todo mundo se dá bem com o esquema ilícito. “As pessoas têm a idéia de que os políticos são corruptos. No entanto, a maioria delas desconhece os órgãos responsáveis pelo combate ao crime.

Elas não sabem quais são as instituições e muito menos o que fazem. Portanto, não têm noção de para quem recorrer. Isso reforça a impunidade”, afirma. Segundo Caldas, o aumento da corrupção traz o crescimento da impunidade e forma um ciclo vicioso.

O professor ressalta ainda que os prejuízos originados da corrupção geram ao país enormes perdas, tanto na área econômica quanto na social. “O ato ilegal faz com que o Produto Interno Bruto (PIB) sofra uma redução. A destruição da ética e da moral também desestimula os representantes da sociedade civil”.


Cecília Melo
Do Contas Abertas

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