Enem do servidor federal vai oferecer em 2024 mais de 7 mil vagas

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A partir de 2024 haverá uma prova nacional unificando o processo de seleção de servidores federais, um Enem dos Concursos”, como o objetivo de facilitar o acesso da população às provas, inclusive em cidades do interior. A primeira prova será realizada no dia 24 de fevereiro.  A estimativa de vagas é de mais 7 mil no primeiro ano do concurso, Provas serão simultaneamente em 179 cidades das 5 regiões Cada ministério poderá decidir se vai aderir a esse modelo ou fazer os concursos por conta própria. O exame acontecerá ao mesmo tempo em 179 municípios, sendo 39 na Região Norte, 50 no Nordeste, 18 no Centro-Oeste, 49 no Sudeste e 23 no Sul. Haverá duas provas no mesmo dia. Uma com questões objetivas, comum a todos, e outra com perguntas específicas e dissertativas, divididas por blocos temáticos. Os candidatos para Trabalho e Previdência farão a mesma segunda prova, por exemplo; já os candidatos para Administração e Finanças Públicas, outra. As vagas abrangem os seguintes setores: Administr

Recessão no Japão: dekasseguis são os primeiros demitidos

por Eduardo Nunomura, d’O Estado de S. Paulo

No outro lado do planeta, a recessão se confirmou. O ex-jogador de futebol e hoje operário Jeferson Minohara, de 30 anos, já sabia. Ele é um órfão da Toyota.

Licenciado por um acidente numa fábrica terceirizada da montadora, Minohara recebeu há poucas semanas a notícia de que seu contrato não seria renovado. “Com a crise, qualquer motivo já basta para mandarem embora.” O brasileiro já procurou recolocação, mas as empreiteiras de mão-de-obra sugeriram procurar em março ou abril. Nem a mulher,Michelle Okada, pode ajudar. Ela também está desempregada e para cuidar do filhoJeferson, de 3 anos, e de Julia, de 5 meses, ensina japonês para dekasseguis. Mas dos sete alunos que chegou a ter só resta um.

Um dos motores da economia e empregadoras de dekasseguis, as montadoras japonesas amargam perdas substanciais com a crise mundial. Exportadora de sucesso de automóveis de luxo para os Estados Unidos, a Toyota perdeu competitividade com o iene valorizado diante do dólar. Precisou demitir 10% da mão-de-obra. Outras seis das oito fábricas de carros estão desidratando. E o mercado interno não colabora. As vendas de veículos para os japoneses em outubro caíram 13,1% em relação a 2007 - o menor índice dos últimos 40 anos.

Escaldados por uma década de crise, nos anos 1990, os japoneses poupam mais do que o governo gostaria na hora do aperto. É cultural, atávico desde que o país saiu arrasado da Segunda Guerra Mundial. Sem poder contar com o consumo interno, o Japão sobreviveu à última recessão prolongada exportando mais carros e eletroeletrônicos para os Estados Unidos e a Europa. Para isso, os japoneses aprenderam a aumentar a produtividade e reduzir os custos. Sobrou para os dekasseguis.

Na década passada, com salários em torno de US$ 4 mil, os brasileiros mostravam-se empenhados em manter as máquinas em funcionamento. Horas-extras nunca eram dispensadas. A migração do Brasil para o Japão ocorreu em saltos. Em 1990, eram 56 mil; em 1998, 222 mil; e no ano passado, 317 mil.

O que se vê agora é um desfile de velhas empresas conhecidas dos dekasseguis - Sony, Canon, NEC, Panasonic, Sanyo, Honda, Nissan e Yamaha - registrando queda nas exportações. A pergunta já não é mais se o Japão está em recessão, mas quanto tempo vai permanecer com ela. O índice de confiança do japonês vive agora o menor pico da história.

Os cortes dos trabalhadores estrangeiros é um dos recursos para conter as crises. Na dos anos 1990, os salários pagos aos brasileiros já haviam sofrido quedas brutais, de até 40%. Desta vez, as horas-extras foram canceladas, mal se fala em férias coletivas, as listas de cortes são inevitáveis. Chineses, filipinos e indonésios são contratados comotrainees, custam 60% menos que os brasileiros e têm mais chance de permanecer. Já o japonês, chamado de shain, só há pouco tempo passou a ser desligado, mas sempre como o último da fila.
“Não será o fim do trabalho dekassegui, mas certamente haverá uma nova dispersão, sobretudo para as vagas menos rentáveis”, alerta o cientista social Naoto Higuchi, da Universidade de Tokushima. Entre os novos empregos possíveis, Higuchi identifica o mesmo bento-ya oferecido pelas agências de recrutamento brasileiras.

Em Toyota City, moram 4 mil brasileiros nos 60 prédios do conjunto residencial Homi Danchi. No pequeno enclave verde-e-amarelo, Welton Noboru Yoshioka é um ex-operário que virou sócio de uma academia de ginástica. Para manter o negócio de pé, precisaria contar com 400 alunos. Agora são 240. “Só vamos agüentar algum tempo no vermelho, porque temos funcionários que dependem de nós.” Outros negócios voltados para o público brasileiro, como supermercados, restaurantes e escolas enfrentam dificuldades semelhantes.

“A situação é grave”, resume o padre católico Evaristo Higa, que vive há 15 anos no Japão. Nas últimas semanas, notou a presença de “três ou quatro” brasileiros na fila do sopão em Hamamatsu. Uma família tentou, em vão, abrigo na igreja. Ele já tem visto dekasseguis virarem sem-teto, como já havia ocorrido na crise dos 1990.

> Japoneses começam a exigir direitos trabalhistas. (junho de 2008)

> Brazucas.

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