A IA está prestes a alterar radicalmente as estruturas de comando militar que não mudaram muito desde o exército de Napoleão

Apesar de dois séculos de evolução, a estrutura de um estado-maior militar moderno seria reconhecível por Napoleão. Ao mesmo tempo, as organizações militares têm lutado para incorporar novas tecnologias à medida que se adaptam a novos domínios — ar, espaço e informação — na guerra moderna. Benjamin Jensen professor de Estudos Estratégicos na Escola de Combate Avançado da Universidade do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos The Conversation plataforma de informação produzida por acadêmicos e jornalistas O tamanho dos quartéis-generais militares aumentou para acomodar os fluxos de informação e os pontos de decisão expandidos dessas novas facetas da guerra. O resultado é a diminuição dos retornos marginais e um pesadelo de coordenação — muitos cozinheiros na cozinha — que corre o risco de comprometer o comando da missão. Agentes de IA — softwares autônomos e orientados a objetivos, alimentados por grandes modelos de linguagem — podem automatizar tarefas rotineiras da equipe, redu...

Caso Isabella: julgamento sob influência da mídia (Alberto Dines)

Comentário para o programa radiofônico do Observatório da Imprensa, 2/5/2008

Existirá alguém no Brasil que não tenha sido induzido pela mídia a condenar liminarmente o pai e a madrasta da menina Isabella Nardoni? Quando se discute a influência da imprensa, aparecem poucas oportunidades como esta para se entender como ela funciona.

O destino do casal será decidido em júri popular. Onde encontrar jurados que ainda não tenham opinião formada pelo modo espetaculoso com que a tragédia foi tratada, principalmente pela televisão?


Quase 99% dos entrevistados pela sondagem CNT/Sensus afirmaram que acompanham o caso Isabella Nardoni pela mídia.

Esta preocupante adesão sugere algumas questões muito graves no tocante ao julgamento dos acusados. A primeira delas: o júri popular ao qual será entregue o caso terá condições de julgar os réus com a necessária isenção e imparcialidade?

Será possível encontrar um jurado que ainda não tenha opinião formada sobre um caso virado e revirado com tamanha intensidade pelas autoridades policiais e pela mídia?

Para que servirão os autos, os laudos periciais, as testemunhas, os argumentos do promotor e dos advogados de defesa se o julgamento já está em curso há algumas semanas?

Mais importante ainda: o juiz togado que presidirá o júri terá condições de resistir às pressões produzidas por esta exposição tão intensa?

Está evidente agora que este Observatório da Imprensa tinha razão quando reclamou logo na primeira semana contra a quebra do segredo de justiça por todas as partes, a começar pelo representante do Ministério Público. Para que se faça justiça é indispensável o respeito a certos ritos e entre estes ritos talvez o mais importante seja o sigilo. A confusão, o barulho e o circo só favorecem aqueles que não desejam um julgamento correto e justo. Justo e definitivo.

> Observatório da Imprensa.

> Sangue no carro é de Isabella, afirma polícia. (Folha)

> Prisão foi pedida por destruição de provas e por comoção social. (Estadão)

> "Pai de Isabella ficou abobalhado diante da fúria da madrasta." (do relatório final da polícia)

> Caso Isabella.

Comentários