A IA está prestes a alterar radicalmente as estruturas de comando militar que não mudaram muito desde o exército de Napoleão

Apesar de dois séculos de evolução, a estrutura de um estado-maior militar moderno seria reconhecível por Napoleão. Ao mesmo tempo, as organizações militares têm lutado para incorporar novas tecnologias à medida que se adaptam a novos domínios — ar, espaço e informação — na guerra moderna. Benjamin Jensen professor de Estudos Estratégicos na Escola de Combate Avançado da Universidade do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos The Conversation plataforma de informação produzida por acadêmicos e jornalistas O tamanho dos quartéis-generais militares aumentou para acomodar os fluxos de informação e os pontos de decisão expandidos dessas novas facetas da guerra. O resultado é a diminuição dos retornos marginais e um pesadelo de coordenação — muitos cozinheiros na cozinha — que corre o risco de comprometer o comando da missão. Agentes de IA — softwares autônomos e orientados a objetivos, alimentados por grandes modelos de linguagem — podem automatizar tarefas rotineiras da equipe, redu...

Gravata surgiu como pano para estancar sangue e limpar a boca de soldado

do G1

O homem enrola e amarra pedaços de pano ao redor do pescoço há centenas de anos, mas a gravata, na forma fina e comprida com que a conhecemos hoje, só foi popularizada no século XX.

Usada de diversas formas, tamanhos e cores, ela sempre simbolizou o poder masculino e representa, ainda hoje, respeito e formalidade.

Segundo Miti Shitara, professora de história da moda da faculdade Santa Marcelina, há registros de uso de lenços no pescoço por soldados chineses, no século III A.C. e também entre o Exército da Roma Antiga, como sudário. "O lenço protegia não só do calor, mas também servia para estancar sangue e limpar a boca, por exemplo."

No Ocidente, a história mais conhecida sobre a origem da gravata data de 1618, quando um regimento croata passou por Paris durante a Guerra dos Trinta Anos usando um lenço no pescoço. Segundo Shitara, o adereço, usado com renda e depois chamado de 'cravate' (derivado da palavra 'croata'), virou moda na França, e passou a ser usado pela nobreza e pela realeza - Luis XIV [reprodução] foi um dos adeptos do novo estilo.

"Toda a corte do rei sol usava a peça, que era feita de tiras de tecido (geralmente linho branco muito bem engomado) enroladas no pescoço formando uma cascata na frente. A extremidade era enfeitada com rendas e pregas."

Após a Revolução Francesa, a moda masculina ficou mais sóbria e vários elementos caíram. Mas a gravata continuou forte. Na começo do século XIX, o inglês Bryan Brummel ('O Belo Brummel') criou um novo estilo que reforçou o símbolo de poder das 'cravates': o dândi.

Marcadas pela sobriedade, as roupas dândis não levavam acessórios, jóias ou bordados. Além de calça comprida, colete e casaco, os dândis usavam uma gola alta com um lenço com nós sofisticados. "Brummel fazia vários tipos de nós elaborados e até o rei da Inglaterra na época visitava sua casa para aprender os tipos de amarrações", explica Shitara.

Segundo uma reportagem da revista americana "Forbes", nos anos 1800, se um homem tocasse o lenço no pescoço de outro a ofensa era tanta que poderia acabar em duelo. Ainda de acordo com a "Forbes", a gravata moderna surgiu em 1860, quando se começou a amarrar o lenço como os nós das rédeas de carruagens de quatro cavalos - o hoje chamado 'nó simples'.

Na Inglaterra do século XIX, as 'cravates' já eram usadas por universitários e em regimentos militares, escolas e clubes. Nessa época eram do tipo borboleta. "No final do século, se começou a usar uma fita mais fina com um anel, que deu origem ao formato atual", conta Shitara.

Embora as variações no estilo tenham mudado ao longo do tempo, a gravata sempre foi símbolo de poder e de respeito. "Os Exércitos do século XVII eram compostos de nobres. O lenço no pescoço sempre simbolizou status e formalidade. Até hoje ela é usada em ocasiões formais."

Representante da masculinidade, a gravata mudou de formas algumas vezes durante o século XX. "Na década de 1930, na época de recessão econômica, as gravatas ficaram largas, os ombros cresceram, e as lapelas também. Pode-se interpretar como um contraponto de uma fragilidade em que o homem precisa se tornar forte. Na década de 1970 aconteceu algo parecido. Não me surpreenderei se agora, em meio a essa crise, uma gravata mais larga voltar a aparecer", explica a professora Shitara.

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