A IA está prestes a alterar radicalmente as estruturas de comando militar que não mudaram muito desde o exército de Napoleão

Apesar de dois séculos de evolução, a estrutura de um estado-maior militar moderno seria reconhecível por Napoleão. Ao mesmo tempo, as organizações militares têm lutado para incorporar novas tecnologias à medida que se adaptam a novos domínios — ar, espaço e informação — na guerra moderna. Benjamin Jensen professor de Estudos Estratégicos na Escola de Combate Avançado da Universidade do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos The Conversation plataforma de informação produzida por acadêmicos e jornalistas O tamanho dos quartéis-generais militares aumentou para acomodar os fluxos de informação e os pontos de decisão expandidos dessas novas facetas da guerra. O resultado é a diminuição dos retornos marginais e um pesadelo de coordenação — muitos cozinheiros na cozinha — que corre o risco de comprometer o comando da missão. Agentes de IA — softwares autônomos e orientados a objetivos, alimentados por grandes modelos de linguagem — podem automatizar tarefas rotineiras da equipe, redu...

Aves estão em declínio no mundo. Situação do Brasil é grave


Uma em cada oito espécies de aves corre risco de extinção e o Brasil é o quarto país do mundo em número de espécies ameaçadas. As atividades humanas são as maiores responsáveis pela situação, um forte sinal de deterioração do meio ambiente global, como aponta o relatório “O estado dos pássaros do mundo”, divulgado ontem pela BirdLife International. O estudo destaca a situação emergencial do Cerrado brasileiro e ressalta a ameaça representada pelo cultivo de soja para a perda de biodiversidade.

A reportagem é do jornal O Globo, 23-09-2008.

Especialista em conservação da Sociedade Espanhola de Ornitologia, Ana Iñigo, explicou, ao “El País”, que os pássaros mais ameaçados do mundo são os que vivem em ecossistemas agrícolas. O estudo, que avaliou mais de dez mil pontos de concentração de aves, diz que 87% de todas as espécies sofrem algum grau de ameaça em função do avanço das fronteiras agrícolas e das novas tecnologias utilizadas.

O Cerrado, como frisa o relatório, ocupa 21% do território brasileiro e abriga nada menos que 935 espécies de aves (das 9.856 que existem em todo o mundo). Mas a agricultura já o reduziu a menos da metade de seu tamanho original. E a demanda crescente por soja e cana-de-açúcar, está forçando ainda mais a fronteira.

— A transformação desses habitats é muito rápida — afirmou Iñigo.

— Espécies que haviam aprendido a explorar zonas de cultivo não foram capazes de se adaptar às novas condições. Estamos falando de técnicas como o cultivo sob plástico.

A longo prazo, clima é ameaça séria

Os pássaros que vivem em áreas de intensa e desordenada ocupação também estão entre os mais ameaçados, caso do formigueiro-do-litoral (Formicivora littoralis), exclusivo de restingas do Rio de Janeiro, que se encontra entre as quatro espécies mais ameaçadas do mundo. O Brasil tem quase 40 espécies ameaçadas, o que o coloca em quarto lugar mundial em número total.

O relatório, o primeiro em quatro anos, sustenta que a situação global das quase 10 mil espécies existentes no mundo é, em alguma medida, preocupante.

image Desde 1500, 153 espécies de aves foram extintas. E a degradação da biodiversidade está se acelerando. Somente nos últimos 25 anos do século XX, 18 espécies desaparecerem. E, segundo os especialistas, outras três foram extintas desde 2000 — uma delas, a ararinha-azul, a Cyanopsitta spixii (foto), da Caatinga brasileira, dada oficialmente como extinta na natureza em 2003.

O relatório revela diversas situações bastante críticas, como a da Europa, onde 45% das aves comuns estão em declínio. Na Austrália, as perdas populacionais representaram 81% nos últimos 25 anos. Na América do Norte, as populações de 20 espécies comuns de pássaros também registraram reduções significativas nos últimos 40 anos.

A contínua redução das populações de pássaros é, para os especialistas, um claro sinal da deterioração da biodiversidade em geral.

— Os pássaros oferecem um barômetro ambiental acurado e fácil de ler — comparou o chefe-executivo dos grupos que integram a Aliança para a Conservação, Mike Rands.

— Eles nos permitem ver claramente as pressões que o nosso atual estilo de vida impõe à biodiversidade mundial.

As principais ameaças às populações de aves incluem a intensificação da agricultura em escala industrial, a disseminação de espécies invasoras, a extração de madeira e a substituição de florestas naturais por monoculturas.

Rands frisou que, a longo prazo, as mudanças climáticas em curso passarão a representar a mais séria ameaça às aves.

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