A IA está prestes a alterar radicalmente as estruturas de comando militar que não mudaram muito desde o exército de Napoleão

Apesar de dois séculos de evolução, a estrutura de um estado-maior militar moderno seria reconhecível por Napoleão. Ao mesmo tempo, as organizações militares têm lutado para incorporar novas tecnologias à medida que se adaptam a novos domínios — ar, espaço e informação — na guerra moderna. Benjamin Jensen professor de Estudos Estratégicos na Escola de Combate Avançado da Universidade do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos The Conversation plataforma de informação produzida por acadêmicos e jornalistas O tamanho dos quartéis-generais militares aumentou para acomodar os fluxos de informação e os pontos de decisão expandidos dessas novas facetas da guerra. O resultado é a diminuição dos retornos marginais e um pesadelo de coordenação — muitos cozinheiros na cozinha — que corre o risco de comprometer o comando da missão. Agentes de IA — softwares autônomos e orientados a objetivos, alimentados por grandes modelos de linguagem — podem automatizar tarefas rotineiras da equipe, redu...

Pedofilia na Internet: saiba como detectar, o que fazer e onde denunciar (O Globo)

RIO - A aprovação, na CPI da Pedofilia, do requerimento que determina a quebra de sigilo de 3.261 álbuns privados hospedados no site de relacionamentos Orkut pode representar um avanço no combate a este tipo de crime. Afinal, a internet, principalmente o Orkut, é considerada o paraíso dos pedófilos. Levantamento feito pela ONG SaferNet, especialista em crimes na rede, mostrou um aumento de 100,4% do número de páginas de pornografia infanto-juvenil denunciadas à organização no período de 2006 a 2007. Apenas no Orkut, o aumento foi de 107,82%. Diante dessas estatísticas e da dificuldade de encontrar os criminosos, o papel de pais e responsáveis por fiscalizar o conteúdo acessado pelas crianças e adolescentes na rede é fundamental.

Apesar de a maioria dos crimes de exploração sexual infantil acontecer no ambiente doméstico, de acordo com a delegada Renata Teixeira, da Delegacia de Crimes contra a Criança e Adolescente Vítima (Dcav) do Rio de Janeiro, o aumento da pedofilia na internet é preocupante. O presidente da Safernet, Thiago Tavares, conta que a produção do conteúdo pornográfico ocorre tanto fora quanto dentro da internet. Além da gravação e posterior divulgação dos abusos sexuais, os pedófilos convencem meninos e meninas em salas de bate-papo a se exporem por meio de webcams, o que é gravado nos computadores dos criminosos.

As denúncias recebidas pela Safernet indicam ainda que os pedófilos não costumam se apresentar como adultos, passando-se por crianças ou adolescentes para ganhar a confiança dos jovens. De acordo com Carolina Padilha, coordenadora do Instituto WCF Brasil, organização associada à World Childhood Foundation, o pedófilo cria laços de amizade com a vítima para se aproximar e, até mesmo, marcar um encontro. Por isso, os indícios deste tipo de crime são muito sutis:

- É delicado, mas tem alguns indicadores. Os pais sempre devem observar a reação da criança em frente ao computador - ensina Carolina Padilha. Eles devem desconfiar se ela começa a se isolar para usar a internet, se começam a acessar em horários diferentes, se fecham as telas do computador quando alguém entra na sala. O principal indício, tanto nos casos de abuso sexual em casa, quanto nos casos de pedofilia na internet, é a mudança de comportamento.

Ainda de acordo com Carolina, a melhor forma de prevenção é acompanhar as reações das crianças em frente ao computador. Ela explica que os menores devem ser orientados a não fornecerem dados pessoais - como nome, endereço - não enviarem fotos para amigos virtuais, não aceitarem propostas de encontro sem avisar aos responsáveis e sempre avisarem quando alguma foto recebida ou acessada os perturbar ou causar estranhamento.

- O que a gente orienta é uma conversa franca - explica. - Os pais devem procurar saber quem são os amigos do Orkut, do MSN. Não é um controle, mas uma presença educativa. Os filtros bloqueadores até funcionam, mas não adianta se a criança não sabe porque aquilo está sendo usado. Aí fica proibição por proibição. A gente tem que entender que a internet faz parte da vida dessa crianças, não podemos proibir - afirma a coordenadora.

Se constatados alguns dos indícios expostos por Carolina, o primeiro passo é estabelecer um diálogo. Segundo o psicólogo Cláudio Augusto Vieira, da Associação Nacional de Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Amced), o adulto deve iniciar uma conversa acolhedora e tranqüila, porque a criança não tem consciência do que está acontecendo com ela. Vieira lembra que professores, médicos e outras pessoas próximas à criança também são boas fontes para relatar alguma mudança de comportamento.

O que fazer? Quando e como denunciar?

O segundo passo, de acordo com Carolina, é denunciar. Se houver dúvidas, a coordenadora recomenda a busca de esclarecimento em Conselhos Tutelares e delegacias especializadas. Para fazer a denúncia - em caso específico de crime virtual - ela indica o site da Safernet ( www.denunciar.org.br) . O Centro Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos da organização atua em parceria com o Ministério Público. (Saiba mais como se informar e onde denunciar)

O psicólogo da Amced ressalta que, diante da dificuldade de encontrar os criminosos e da falta de leis específicas para crimes na internet, a prevenção e o diálogo são fundamentais:

- No caso da internet, há um problema sobre controle de conteúdo. Por isso, a família tem que acompanhar o tipo de acesso que é feito em casa. Afinal, a Polícia Federal não consegue estar sempre atualizada sobre os conteúdos ilícitos na rede. Enquanto não tivermos leis regulando a atuação de provedores de internet, e uma PF aparelhada para isso, estaremos longe do combate a esse tipo de crime - afirma Vieira.

Em 2006, 17.148 páginas foram denunciadas em toda a rede. Em 2007, o número subiu para 38.760. Em meados do ano passado, de 45.597 páginas únicas denunciadas, 4.135 eram páginas de pornografia infanto-juvenil. No total, 7.991 foram removidas, tendo passado 8,3 dias em exibição, embora o espaço de tempo entre a notificação do Orkut e a remoção tenha sido de até 61 dias.

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