do
New York Times
Margaret Nance era um caso difícil. Agitada e agressiva, ela não comia e batia nos funcionários e colegas de casas de repouso onde morou.
Mas isso mudou quando Nance foi aceita na casa Beatitudes, em Phoenix (EUA).
Sem se importar com as regras convencionais, a clínica permite que Nance, 96, portadora de Alzheimer, vá dormir, tomar banho e jantar quando quiser, mesmo que o cardápio for só chocolate.
Pacientes com demência na Beatitudes podem fazer qualquer coisa que lhes traga conforto, até tomar um drinque antes de dormir, afirma Tina Alonzo, diretora de pesquisa do lugar.
A postura incomum segue as últimas descobertas da ciência. Pesquisas sugerem que criar experiências emocionais positivas para pacientes com Alzheimer diminui ansiedade e problemas comportamentais.
Isso envolve suspender remédios contra ansiedade e antipsicóticos, usados contra alucinações e agressão.
Em vez deles, especialistas recomendam remédios para controlar dor ou depressão, para lidar com o que está deixando os pacientes infelizes.
Outros indicam mudanças estéticas nos quartos.
Um estudo do periódico "Jama" descobriu que luzes mais claras diminuem depressão, deterioração cognitiva e perda de habilidades.
As luzes claras melhoram o ritmo circadiano e deixam os pacientes mais ativos.
Algumas clínicas alemãs têm pontos de ônibus falsos para evitar que os pacientes se percam. Eles podem esperar ônibus que não existem até que se esqueçam de onde queriam ir ou concordem em entrar de novo.
Na Beatitudes, foi instalado um tapete preto em frente ao elevador. Os moradores o veem como se fosse um buraco e não tentam pegar o elevador para sair.
"Eles andam pelas beiradas, mas não pisam na parte preta", afirmou Alonzo, que acha isso melhor do que medidas de segurança, como pulseiras com alarmes.
A clínica eliminou quase todas as restrições, desde as cadeiras de rodas com assentos profundos, que desencorajam os pacientes a ficar em pé, até os protetores de cama -algumas são baixas e protegidas por tatames.
A instituição encoraja os residentes a ficar sem fraldas o máximo de tempo possível, levando-os ao banheiro para preservar o sentimento de independência.
A comida passou a ficar disponível constantemente, uma providência esperta, porque alguns pacientes ficavam distraídos demais para comer em grupo e se comportavam mal depois.
Percebendo que comida sem sal e sem gordura podia desencorajar os pacientes a se alimentar, a diretora da clínica começou a levar chocolate nos bolsos.
A clínica também mudou a programação de atividades. Em vez de eventos em grupo, como bingo, funcionários, incluindo as faxineiras, conduzem atividades individualizadas: montar com bloquinhos, colorir, conversar.
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