Peritos fechavam análise ontem, mas amostras estavam quase descartadas; defesa pede habeas-corpuspor Bruno Tavares e Marcelo Godoy
Exames do Instituto de Criminalística (IC) de São Paulo praticamente afastaram a hipótese de que exista sangue no Ford Ka do consultor jurídico Alexandre Carlos Nardoni, de 29 anos. Os resultados dos primeiros exames ficaram prontos ontem à noite. Às 20h08, ainda faltavam algumas provas para serem examinadas, mas os peritos consideravam improvável que o teste desse positivo para sangue. “As primeiras manchas eram aquelas em que a gente tinha uma esperança muito grande. O que sobra agora deve ser mancha de graxa ou de óleo”, afirmou um dos peritos que trabalham no caso.
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Ainda falta o exame do material colhido no corredor do 6º andar do prédio onde o crime ocorreu e das manchas achadas no interior do apartamento. Um especialista em exame de DNA e de exames hematológicos foi destacado pela direção do IC para cuidar dessa análise. No começo da noite de ontem, peritos do Instituto de Criminalística retornaram ao apartamento para nova perícia complementar. O objetivo era fazer mais medições do lugar para o laudo sobre a cena do crime. Eles aguardam ainda a definição da causa da morte da menina para resolver algumas das dúvidas.
IMLEm entrevista ao Estado, o diretor técnico do Instituto Médico-Legal, Hideaki Kawata, afirmou que Isabella morreu em decorrência da queda. Para ele, os sinais encontrados no pulmão e no coração da menina podem sinalizar uma parada cardiorrespiratória, e não o resultado de uma tentativa de asfixia ou esganadura. Os legistas do IML, no entanto, não descartam que a morte de Isabella tenha sido motivada por asfixia.
O instituto aguarda a conclusão do exame toxicológico e patológico de Isabella para divulgar o laudo final.
No domingo, peritos do IC voltaram ao apartamento na tentativa de confrontar a versão apresentada pelo pai, Alexandre Nardoni, com detalhes do apartamento e da cena do crime. “A história dele não se encaixa com o que se viu”, diz um perito.
A polícia ainda busca fitas de vídeo com imagens do sistema interno de um supermercado de Guarulhos para saber com que roupa Alexandre estava no dia do crime. Eles querem confirmar se o consultor estava vestindo a camisa e a camiseta com manchas de sangue encontradas no apartamento de sua irmã, Cristiane Nardoni. Ela é dona de um imóvel no mesmo andar em que ocorreu o crime. Cristiane diz que as roupas pertencem a pedreiros (mais informações nesta página).
HABEAS-CORPUSOs advogados de Alexandre e de Anna Carolina entraram ontem no Tribunal de Justiça com um pedido de habeas-corpus em favor de seus clientes. Os advogados questionam a legalidade e a necessidade da prisão temporária por 30 dias. O TJ informou que o habeas-corpus será distribuído hoje a um dos desembargadores da Seção de Direito Criminal.
Os advogados de Alexandre e Anna Carolina pediram que seja concedida liminar para que seus clientes sejam postos imediatamente em liberdade. Mas são raros os casos em que o TJ concede esse tipo de benefício.
Os advogados querem que o desembargador julgue o pedido antecipadamente, por meio de liminar. Isso porque esse julgamento de mérito dificilmente ocorrerá ainda durante a vigência da prisão temporária.
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Dossie do caso Isabella.
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