A reconstituição da morte de Isabella Nardoni, 5, feita neste domingo, marca as atuações finais da Polícia Civil em relação ao caso. O resultado dos laudos do trabalho realizado hoje deverá ser anexado até a próxima terça-feira (29) ao inquérito que investiga a morte da garota e a expectativa da Polícia Civil é que o documento deva ser encaminhado ao Ministério Público até a próxima quarta-feira (30). Caberá à Promotoria oferecer denúncia (acusar formalmente) contra o casal, e à Justiça aceitar ou não.
Entre as 64 pessoas ouvidas em depoimento pela Polícia Civil desde o dia 30 de março --a morte da garota ocorreu no final da noite do dia 29 de março e o registo só foi feito oficialmente no 9º DP (Carandiru) no dia seguinte-- apenas duas pessoas foram indicadas como suspeitas: Alexandre Nardoni, 29, e Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá, 24, respectivamente pai e madrasta da garota. Os dois foram indiciados como suspeitos pelo crime. Eles negam.
Caso a denúncia seja aceita, um processo será aberto contra o casal. Após a conclusão, os réus vão a julgamento. Em qualquer uma das fases do processo judicial, cabe recurso.
ReconstituiçãoPrevista para começar às 9h, a perícia teve início às 9h40 e se estendeu até as 17h15. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, após o término da reconstituição, o promotor Francisco Cembranelli, os delegados Calixto Calil Filho, sua assistente, a delegada Renata Pontes e os peritos que atuaram na reconstituição se reuniram para discutir preliminarmente o que foi colhido durante as sete horas e meia de trabalho. A delegada da Seccional Norte, Elisabete Sato, que também participou da reconstituição, foi embora antes da reunião.
O grupo deixou o edifício London por volta das 19h15 deste domingo sem falar com a imprensa. Após a saída dos policias civis, o esquema montado na rua Santa Leocádia --onde está localizado o edifício-- começou a ser desmontado para liberação da rua.
O forte esquema de segurança e a ausência de Nardoni e Jatobá fizeram com que poucos curiosos comparecessem ao longo do dia.
A reconstituição teve início no estacionamento do prédio. O trajeto entre o estacionamento e o apartamento onde a família mora foi refeito.
No apartamento foi utilizada uma boneca para simular Isabella. Um homem --com peso e tamanho compatíveis com o de Alexandre Nardoni, pai de Isabella-- passou uma boneca pela tela de proteção do quarto dos irmãos da menina.
Um morador do primeiro andar do edifício London participou da reconstituição. Da janela do seu apartamento, o morador orientou os peritos sobre a visão que teve do corpo de Isabella --que caiu no jardim do prédio após ser jogada pela janela.
Moradores de um prédio vizinho ao apartamento onde a menina morava também participaram da reconstituição. Os peritos foram até o quarto andar do edifício localizado ao lado do London. De lá foi possível observar a janela do quarto do casal.
Em todo momento os peritos realizavam fotos, gravavam imagens com câmeras e desenhistas reproduziam as cenas que viam. Alguns peritos agiram como encenadores orientando aos participantes como deveriam agir, por vezes questionavam o que eles viram e o que teria ocorrido e montavam a cena, em gestos que lembravam a montagem de uma cena curta de uma peça de teatro.
A expectativa é que os peritos produzam filmes, imagens e desenhos que serão anexados ao inquérito. Após a análise e a conclusão do delegado o inquérito será entregue à Promotoria.
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Caso Isabella.
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