A IA está prestes a alterar radicalmente as estruturas de comando militar que não mudaram muito desde o exército de Napoleão

Apesar de dois séculos de evolução, a estrutura de um estado-maior militar moderno seria reconhecível por Napoleão. Ao mesmo tempo, as organizações militares têm lutado para incorporar novas tecnologias à medida que se adaptam a novos domínios — ar, espaço e informação — na guerra moderna. Benjamin Jensen professor de Estudos Estratégicos na Escola de Combate Avançado da Universidade do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos The Conversation plataforma de informação produzida por acadêmicos e jornalistas O tamanho dos quartéis-generais militares aumentou para acomodar os fluxos de informação e os pontos de decisão expandidos dessas novas facetas da guerra. O resultado é a diminuição dos retornos marginais e um pesadelo de coordenação — muitos cozinheiros na cozinha — que corre o risco de comprometer o comando da missão. Agentes de IA — softwares autônomos e orientados a objetivos, alimentados por grandes modelos de linguagem — podem automatizar tarefas rotineiras da equipe, redu...

Caso Isabella: ainda não há consenso sobre laudo final (Estadão)

Conclusões devem ser apresentadas até o fim da semana que vem

Bruno Tavares

Peritos do Instituto de Criminalística (IC) e do Instituto Médico-Legal (IML) trabalham para concluir até o fim da próxima semana os laudos sobre a morte de Isabella Nardoni. Oficialmente, porém, evitam dar prazo para o fim dos trabalhos.

O diretor do Núcleo de Física do IC, Adilson Pereira, confirmou ontem que alguns exames periciais e laboratoriais estão prontos, mas se recusou a divulgar os resultados. “Só iremos divulgá-los depois que a equipe se reunir e chegar a um consenso sobre o laudo final.” O Núcleo de Crimes Contra a Pessoa do IC emitirá um relatório, consolidando análises feitas pelos núcleos de Física, Biologia, Bioquímica e Identificação Criminal.

Questionado sobre afirmações do promotor Francisco Cembranelli, que disse ter informações que ligam o pai e a madrasta de Isabella ao crime, Pereira fugiu da polêmica. “A autoridade policial, os peritos e o promotor trabalham em conjunto. Ele (Cembranelli) acompanha o andamento do inquérito e tem acesso a dados. De nossa parte, não trabalhamos com laudos preliminares.” Pereira negou que o retorno dos peritos ao apartamento do casal Nardoni - foram seis visitas ao imóvel em menos de duas semanas - tenha sido motivado por falhas nas primeiras coletas de provas. “Voltamos para tirar dúvidas e isso será feito sempre que necessário.”

O diretor do Centro de Exames, Análises e Pesquisas do IML, Carlos Alberto de Souza Coelho, disse que o laudo necroscópico está adiantado, restando a conclusão dos exames toxicológicos e patológico, que revelarão a causa mortis. Sabe-se que Isabella foi vítima de tentativa de asfixia. Mas legistas ouvidos pelo Estado não acreditam que isso tenha sido suficiente para matá-la. Ao que tudo indica, a criança foi jogada do 6º andar em agonia. O impacto pode ter selado a morte de uma vítima já em estado grave.


Policiais apontam erros cometidos na investigação

Para ex-delegado do DHPP, ‘quanto mais tempo passa, sempre fica mais difícil reconstituir o crime’

por José Dacauaziliquá e Josmar Jozino

A Polícia Civil cometeu pelo menos sete erros nas investigações do caso da morte da menina Isabella Nardoni. A opinião é de investigadores, peritos e delegados ouvidos ontem pelo Jornal da Tarde. Eles não quiseram ser identificados, para não sofrer possíveis represálias, mas acreditam que a sucessão de equívocos atrasou a resolução do caso.

Um delegado que já atuou no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) ressaltou que “as 48 horas logo após o fato são de vital importância para a elucidação de um crime”. “Quanto mais o tempo passa, sempre fica mais difícil de reconstituir com fidelidade o passado.”

Os policiais são unânimes em considerar um erro a demora na reconstituição do crime, a partir dos relatos do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Trotta Jatobá. A polícia alega que espera mais provas técnicas para confrontar com a versão de Alexandre e Anna Carolina “A reconstituição deveria ter sido feita logo após o crime, para se ter uma noção melhor do que aconteceu. Tudo cronometrado. E com um detalhe: o pai e a madrasta reconstituiriam separadamente seus passos naquele intervalo de tempo”, disse um investigador.

Um perito lembrou que o teste residuográfico deveria ter sido realizado debaixo das unhas das mãos do casal e da menina. Isso poderia indicar restos de pele numa eventual tentativa de ataque ou defesa.

PERÍCIAS

Os policiais estranharam as sucessivas perícias feitas no prédio. “Isso significa que investigadores e peritos bateram cabeça. Uma perícia bem feita precisa de poucas complementações. Voltaram ao prédio para recolher indícios que esqueceram e não por causa de depoimentos”, disse um dos policiais.

> Caso Isabella.

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