Enem do servidor federal vai oferecer em 2024 mais de 7 mil vagas

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A partir de 2024 haverá uma prova nacional unificando o processo de seleção de servidores federais, um Enem dos Concursos”, como o objetivo de facilitar o acesso da população às provas, inclusive em cidades do interior. A primeira prova será realizada no dia 24 de fevereiro.  A estimativa de vagas é de mais 7 mil no primeiro ano do concurso, Provas serão simultaneamente em 179 cidades das 5 regiões Cada ministério poderá decidir se vai aderir a esse modelo ou fazer os concursos por conta própria. O exame acontecerá ao mesmo tempo em 179 municípios, sendo 39 na Região Norte, 50 no Nordeste, 18 no Centro-Oeste, 49 no Sudeste e 23 no Sul. Haverá duas provas no mesmo dia. Uma com questões objetivas, comum a todos, e outra com perguntas específicas e dissertativas, divididas por blocos temáticos. Os candidatos para Trabalho e Previdência farão a mesma segunda prova, por exemplo; já os candidatos para Administração e Finanças Públicas, outra. As vagas abrangem os seguintes setores: Administr

O ataque do Brasil às Farc (Globo)

Detalhes inéditos do incidente em que o Exército matou guerrilheiros em território colombiano

Ricardo Galhardo - Enviado especial • VILA BITENCOURT (AM)

No dia 26 de fevereiro de 2002 o Exército brasileiro matou cinco integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) que navegavam pelo rio Japurá perto do Pelotão Especial de Floresta da Vila Bitencourt, na fronteira com a Colômbia. O GLOBO ouviu protagonistas do ataque que revelaram detalhes do incidente: o confronto ocorreu em território colombiano e durante pelo menos dois dias o Exército receou ter matado soldados colombianos em vez de guerrilheiros.

Como acontece todos os anos desde 1992, o comando do 8º Batalhão de Infantaria da Selva (8º BIS) se reunia em Tabatinga para uma cerimônia de formatura em homenagem aos três militares mortos pelas Farc em um ataque à extinta base do rio Traíra, no dia 26 de fevereiro de 1991.

Enquanto isso, o clima era de tensão na Vila Bitencourt. Notícias da presença de guerrilheiros na região fizeram com que algumas equipes fossem despachadas para patrulhar a área. A vila, onde vivem cerca de 750 pessoas, entre efetivos do Exército, suas famílias e ribeirinhos, fica a menos de 40 quilômetros do rio Traíra e a lembrança do ataque das Farc, oficialmente o último conflito enfrentado por tropas brasileiras, continuava atemorizando os moradores.

A notícia, por rádio, de que uma embarcação do Exército havia sofrido um acidente deixando um sargento desaparecido aumentou a tensão.

Perseguição seguida de tiroteio

Por volta das 17h, um barco a motor carregando um grupo de fardados, indo na direção da cidade colombiana de La Pedrera, passou pela base em alta velocidade, ignorando a fiscalização obrigatória feita pelo Exército.

Um grupo de quatro soldados brasileiros comandados por um cabo recebeu a ordem de perseguir e fiscalizar a embarcação.

— O pôr-do-sol forte refletia no rio e não dava para enxergar muito bem. Eles tentaram alcançar a margem, mas, quando viram que seriam alcançados, pararam — recorda um dos soldados.

Segundo ele, os dois barcos já haviam passado pela pequena ilha fluvial que marca a fronteira entre Brasil e Colômbia e, portanto, estavam fora do território nacional.

— Quando eles pararam, nos preparamos para atacar. Aquilo devia ser uma emboscada. A intenção deles era matar todo mundo e ir embora.

Fiquei com muito medo — lembra o ex-soldado.

Temor de crise com a Colômbia Com seus velhos fuzis, com mais de 40 anos de fabricação, apontados para os colombianos, os militares brasileiros se aproximaram lentamente.

Os colombianos, por sua vez, também apontavam seus AK47. Os barcos estavam a pouco mais de dois metros de distância quando os guerrilheiros abriram fogo.

— Acho que as armas deles falharam.

E nós descarregamos. Foram mais de 100 tiros — relatou o ex-soldado.

O tiroteio, ouvido da Vila Bitencourt, acabou depois das 18h. A embarcação afundou, levando junto seus tripulantes. Pela versão corrente, eram quatro homens e uma mulher mas o ex-soldado ouvido pelo GLOBO afirma ter visto duas mulheres.

— Quando o tiroteio acabou e o operador de rádio pediu reforço já estava escuro. Só me lembro que flutuou tudo. Bolsas, caixas, sacolas — disse o ex-soldado.

Ao contrário do confronto de 11 anos antes, quando as Farc levaram a melhor na base do Traíra, a batalha estava vencida. Uma dúvida, no entanto, afligia o comando do Exército na fronteira.

Havia a dúvida se os mortos eram mesmo guerrilheiros ou soldados colombianos. Não havia identificação nos uniformes A segunda hipótese causaria, certamente, uma crise entre os dois países, agravada pelo fato de o ataque ter ocorrido em território colombiano.

Embora os comandos brasileiro e colombiano atuem em sintonia, são comuns incidentes como o registrado no final de 2006, quando soldados colombianos, confundidos com guerrilheiros, foram detidos pelo Exército brasileiro na Vila Bitencourt. Uma equipe de mergulhadores foi enviada de Manaus para procurar os corpos, que nunca foram encontrados.

A dúvida só foi dissipada três dias depois, quando índios que moram em uma aldeia próxima à base chegaram à Vila Bitencourt com um dos pacotes que flutuaram no Japurá depois do tiroteio. No pacote, além de biscoitos e objetos de uso pessoal, havia uma camiseta camuflada com a sigla das Farc. Era a prova que faltava.

O incidente relatado pelo ex-soldado foi confirmado por outros dois ex-militares que estavam na base e ouviram o tiroteio, dois policiais federais que trabalharam na Vila Bitencourt e ouviram os relatos e um coronel da reserva que trabalhava no Comando Militar da Amazônia (CMA), com a condição de que seus nomes fossem mantidos em sigilo.

Na terça-feira à noite, por telefone, o general da reserva Valdésio Guilherme de Figueiredo, comandante do CMA à época, confirmou o incidente.

O Exército admitiu oficialmente o confronto. Em e-mail enviado ao GLOBO na quarta-feira à noite, o Centro de Comunicação Social do Exército (Cecomsex) informou que foi instaurado um inquérito para averiguar o caso.

“O evento citado em seu questionamento foi objeto de Inquérito Policial Militar instaurado, à época, pela 16ª Brigada de Infantaria de Selva (Tefé, AM), cujos autos foram encaminhados, pelo canal de comando, à 12ª Circunscrição da Justiça Militar (Manaus -AM), guardiã dos detalhes processuais, para as providências do ordenamento jurídico competente”, diz o e-mail.

Devido ao feriado da Páscoa, não havia expediente na Justiça Militar de Amazonas na quinta e sexta-feira.

CORPO A CORPO

por Ricardo Galhardo

SÃO PAULO. Chefe do Comando Militar da Amazônia (CMA) em fevereiro de 2002, o general da reserva Valdésio Guilherme de Figueiredo confirmou ao GLOBO, por telefone, o confronto entre o Exército e as Farc na base de Vila Bitencourt. Segundo ele, os soldados brasileiros cumpriram seu papel.

O GLOBO: O senhor se recorda de um confronto entre soldados e as Farc na base de Vila Bitencourt, em 2002?

GENERAL VALDÉSIO GUILHERME DE FIGUEIREDO: Não me lembro mais disso. Já passou muito tempo. Estou aposentado, não quero mexer nessas coisas. Não vejo razão para isso.

O GLOBO: O Exército matou cinco guerrilheiros das Farc no dia 26 de fevereiro de 2002?

FIGUEIREDO: Houve o incidente? Houve. Eu nunca neguei. Mas como é que eu vou saber se teve mortes? Quando houve o episódio no lado brasileiro (na base de Traíra, em 1991, quando três brasileiros foram mortos) nós soubemos, encontramos os corpos, um pedaço o jacaré tinha comido.
Agora, se o cara das Farc morreu ou não morreu, se foi comido pelas piranhas, se o barco afundou, isso não me interessa. Não é problema meu. Não sou fiscal dos direitos humanos. Eu era responsável pela defesa do território brasileiro.

O GLOBO: Como isso repercutiu no Exército?

FIGUEIREDO: Se alguém tiver que reclamar de alguma coisa é o governo da Colômbia. O governo brasileiro tem que ter gostado, não é verdade?

O GLOBO: O comando do Exército foi informado?

FIGUEIREDO: Determinei que aquilo só vazaria se eu quisesse. Nem o comandante do Exército sabia. Só quando eu tive certeza do que realmente tinha acontecido, quando os índios levaram ao pelotão de Vila Bitencourt o material que tinha boiado, eu comuniquei.

O GLOBO: Foi instaurado inquérito?

FIGUEIREDO: Não tem nada de inquérito. Inquérito para que? Quem atirou estava em missão de atirar. Quem levou os tiros não está mais aqui para dizer que fim levou. Não gosto de inquérito.

O GLOBO: Houve dúvida se os mortos eram guerrilheiros, paramilitares ou soldados colombianos?

FIGUEIREDO: Essa dúvida nunca teve. Ninguém estava se importando com isso. Só mau brasileiro se importa com isso. O bom brasileiro não quer ver seu território invadido por uma força paramilitar.
Só quando houve a comprovação de que era gente das Farc houve o comunicado.

O GLOBO: Então houve receio de que os mortos não eram das Farc?

FIGUEIREDO: Receio, não. O que aconteceu é que não havia como comprovarmos que eram das Farc. As pessoas que estavam na base apenas ouviram os estampidos. O que eu posso garantir é que o colombiano no barco deu quatro tiros. E levou 110.

O GLOBO: Foi no lado colombiano da fronteira?

FIGUEIREDO: Posso garantir que foi em território brasileiro porque foi antes da linha vermelha que divide o rio (risos). Tem uma linha vermelha dividindo o rio? Não. Então foi antes da linha (risos).

O GLOBO: Segundo relatos o confronto ocorreu depois da ilha que marca a fronteira.

FIGUEIREDO: Qual o interesse em saber se foi na Colômbia ou no Brasil? Porque você pode atirar do lado de lá nos brasileiros. No Traíra os colombianos invadiram, mataram tenente, mataram soldado, roubaram material de comunicação e armas e não houve essa gritaria que está havendo porque a Colômbia foi lá no Equador.

Comentários

  1. A falta de comentário se dar porque notícia como esta não chega até o publico aqui no sul. Ou não desperta atenção aos noticiários daqui ou outro motivo de segurança.
    Gostaria de que não fosse assim pois, é de interesse dos brasileiros conhecimento de tudo que acontece com o nosso pais e em nossas fronteiras.- Achei por acaso essa informação através do google, onde procuro,a algum tempo, informações sobre esse longincuo terreno brasileiro onde passei quando criança, pois meu pai servio no 3° pelotão de fronteira(Villa Bittencourt).
    Gostaria de receber fotos de como está este município hoje em dia pois, há mais de 50 anos que não tenho nóticias...

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  2. Não teve também um caso em 98 que despachamos paraquedistas e AMX para atacá-los ainda dentro da Colômbia?
    E em 91, quando eles mataram uns soldados nossos, não teve um "pega-pra-capar" em retaliação?

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  3. A imprensa deveria sofrer algum tipo de puniçao ao falar mal do nossa EXERCITO...!!!

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Olá, já fui do Exército, o que tenho a dizer é que se fosse meu caso faria o mesmo, não esperaria pra morrer. Os procedimentos estavam corretos, os soldados deveriam levar mérito por isso. Se Alguém independente de quem seja não obedecer as regras, só lhe resta a morte.O EB não é brinquedo. Parabéns pela matéria.

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  6. se não merecer a vitória morrer com dignidade
    está correto o procedimento,
    Brasil toda a missão será cumprida
    este é o Exercito em que eu servi
    com o coração e com a razão
    faria o mesmo.
    Os melhores são apenas bons para a infantaria!
    SD filho 4ºbib e 4ºbil.

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  7. O que eu sei é que em retaliação ao ataque das farcs em 91 é que montamos um PC com capacidade pra suportar um batalhão. Fomos pra dentro, a coisa esquentou e levamos a melhor. Os caras quiseram negociar mas o EB não negocia com terrorista, não nos nivelamos. Depois disso eles não meteram mais a cara e não demos mais mole também. SELVA!!!

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  8. O exercito brasileiro cumpril seu papel que se dane se foi do lado brasileior ou colombiano. o importante e mandar eles para o inferno.

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  9. O NOSSO DEVER É PROTEGER A AMAZÔNIA! SELVA

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  10. no momento em que dado uma missao, temos que cumprilas aqualquer custo.

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