Enem do servidor federal vai oferecer em 2024 mais de 7 mil vagas

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A partir de 2024 haverá uma prova nacional unificando o processo de seleção de servidores federais, um Enem dos Concursos”, como o objetivo de facilitar o acesso da população às provas, inclusive em cidades do interior. A primeira prova será realizada no dia 24 de fevereiro.  A estimativa de vagas é de mais 7 mil no primeiro ano do concurso, Provas serão simultaneamente em 179 cidades das 5 regiões Cada ministério poderá decidir se vai aderir a esse modelo ou fazer os concursos por conta própria. O exame acontecerá ao mesmo tempo em 179 municípios, sendo 39 na Região Norte, 50 no Nordeste, 18 no Centro-Oeste, 49 no Sudeste e 23 no Sul. Haverá duas provas no mesmo dia. Uma com questões objetivas, comum a todos, e outra com perguntas específicas e dissertativas, divididas por blocos temáticos. Os candidatos para Trabalho e Previdência farão a mesma segunda prova, por exemplo; já os candidatos para Administração e Finanças Públicas, outra. As vagas abrangem os seguintes setores: Administr

Cai desigualdade entre pobres e ricos (O Globo)

Os aumentos do salário mínimo e os programas de transferência de renda foram os principais responsáveis por uma redução, nas seis maiores regiões metropolitanas, da desigualdade entre a renda dos trabalhadores assalariados nos últimos seis anos, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A queda foi de 7% entre o fim de 2002 e o primeiro trimestre de 2008, promovida por ganhos dos mais pobres 4,5 vezes maiores que os do topo da pirâmide no governo Lula. Se comparadas as médias de 2002 (último ano do governo Fernando Henrique Cardoso) e de 2007, a queda foi de 5,7%. A reportagem é de Martha Beck e publicada pelo jornal O Globo, 24-06-2008.

O Ipea calculou a variação com base no Índice de Gini. Ele varia de 0 a 1 — quanto mais próximo de 1, maior é a desigualdade.

Entre os assalariados das regiões metropolitanas de Porto Alegre, São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Recife e Salvador, o índice caiu de 0,540 em 2002 para 0,502 nos primeiros três meses de 2008.

marcio_economistaSegundo o presidente do Ipea, Márcio Pochmann (foto), o resultado até 2008 se deve principalmente aos ganhos dos trabalhadores com o reajuste do salário mínimo, que passou de R$ 200 para R$ 380 no período (hoje já está em R$ 415), e a programas de transferência de renda, como a Loas (Lei Orgânica de Assistência Social).

Pochmann afirmou ainda que, até o fim do governo Lula, em 2010, o Índice de Gini deve chegar a 0,49, o menor desde 1960.

O presidente do Ipea destacou que o Brasil ainda é um país muito desigual. Para ele, nações com índice acima de 0,45 têm uma distribuição de renda “selvagem e primitiva”.

— Estamos longe de ser um país menos injusto.

Pochmann lembrou que o Bolsa Família também contribui para a redução da desigualdade, mas que seus efeitos não aparecem muito no estudo porque ele é mais forte no interior do país:

— O Bolsa Família é mais forte no interior, enquanto o salário mínimo é mais forte nas regiões metropolitanas.

Pochmann: ricos deveriam pagar mais imposto

O presidente do Ipea destacou ainda que a redução da desigualdade também pode ser vista na diferença entre os rendimentos dos trabalhadores.

Os 10% mais ricos em 2004 ganhavam 27,4 vezes mais que os 10% mais pobres. Essa relação caiu para 25,1 vezes em 2006 e 23,5 vezes em 2007.

No ano passado, os trabalhadores mais pobres das seis regiões metropolitanas ganhavam, em média, R$ 206,38. Os 10% mais ricos, R$ 4.853,03.

O estudo do Ipea aponta ainda que os 10% mais pobres tiveram um ganho de renda bem maior que os 10% mais ricos no período entre 2003 e 2007. Os trabalhadores com menores rendimentos tiveram ganhos de 22%. Já os com maiores ganhos tiveram aumento de 4,9% na mesma comparação.

Segundo Pochmann, o Brasil precisa continuar trabalhando por políticas de transferência de renda, pela elevação do salário mínimo e por um sistema tributário mais justo:

— Os impostos deveriam ser mais progressivos, para que os mais pobres pagassem menos e os mais ricos pagassem mais.

Ele lembrou que a renda assalariada ainda responde, proporcionalmente, por pouco da renda total do país: algo em torno de 39,8% do total. A renda vinda de ganhos com juros, lucros de empresas e ganhos com imóveis, por exemplo, cresce em proporção maior.

Pochmann evitou projeções sobre o impacto que o aumento da inflação terá sobre a renda dos assalariados, mas afirmou que a alta dos índices de preços e as medidas que o governo adotar para conter essa escalada podem acabar prejudicando o mercado de trabalho.

2016

Mantidos os atuais ritmos de crescimento da economia, de recuperação do salário mínimo e ações de transferência de renda, somente em 2016 o Brasil deixará de ser um país "primitivo" na distribuição de renda do mercado de trabalho. A reportagem é de Eduardo Scolese e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 24-06-2008.

Na prática, em oito anos, diminuirá a diferença (hoje em 23,5 vezes) entre a média salarial dos mais pobres e dos mais ricos, segundo projeção feita a pedido da Folha pelo presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Marcio Pochmann.

A estimativa de Pochmann tem como base o índice de Gini, que mede a concentração de renda do trabalho nas seis principais regiões metropolitanas do país (Recife, Salvador, São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte e Rio de Janeiro).

De acordo com estudo do Ipea, divulgado ontem e feito com base em dados do IBGE, o índice passou de 0,541 no primeiro trimestre de 2003 para 0,505 no mesmo período de 2008, o que representa uma desconcentração de renda de 6,65%.

Usado para medir a desigualdade, o índice varia de zero a um. No caso, quanto mais perto de um, maior a desigualdade, e, quanto mais perto de zero, menor será a desigualdade.

Segundo Pochmann, um país deixa de ter a realidade "selvagem" e "primitiva" quando esse índice fica abaixo de 0,45. Ele disse que esse nível pode ser atingido em 2016, contando com um cenário de baixa inflação e de estabilidade nas taxas de crescimento.

O índice tem como base a renda dos ocupados, que inclui os salários, mas também aposentadorias e benefícios de programas de transferência de renda. Juros, lucros e renda da terra, por exemplo, não entram nessa conta.

Carga tributária

Para o professor Jorge Pinho, do Departamento de Administração da UnB (Universidade de Brasília), a elevada carga tributária trava a desconcentração da renda. "O país virou uma república fiscal. Essa voracidade tributária não faz bem nem para a empresa, nem à pessoa física, nem à massa salarial. O governo não faz nada para impedir", afirma.

Segundo ele, a tendência é que as pessoas de baixa renda, por conta da baixa formação, continuem nessa mesma escala. "Hoje tem mais gente recebendo [salário ou benefícios], mas também mais gente recebendo menos. A tendência é que essas pessoas continuem recebendo menos."

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