Pegada é compatível com calçado da madrasta de Isabella (Estadão)
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por Bruno Tavares, Marcelo Godoy, Carina Flosi e Rodrigo Pereira
Peritos do Instituto de Criminalística (IC) concluíram que a pegada encontrada no lençol do quarto em que Isabella de Oliveira Nardoni, de 5 anos, foi jogada, na noite de 29 de março, é compatível com calçado de Anna Carolina Jatobá, de 24, madrasta da garota. Em depoimento, ela declarou que usava tamancos naquela noite e tirou-os assim que entrou no apartamento, deixando-os na cozinha.
Os policiais sabem que, isoladamente, a prova é frágil, mas o objetivo é relacionar essa informação aos indícios recolhidos no apartamento da Rua Santa Leocádia para tentar reconstituir a cena do crime e descobrir quem esteve no local quando a criança foi arremessada.
Duas informações são consideradas fundamentais: a mancha de sangue no lençol e as detectadas na calça jeans e numa camisa da madrasta. 'O cruzamento dessas provas será útil no momento em que tivermos de indicar quem possivelmente estava no quarto no momento em que a menina foi arremessada', disse um perito ao Estado.
Na avaliação do IC, a distância entre as gotas de sangue encontradas no quarto condiz com os passos de uma pessoa adulta. Como Isabella apresentava profundo corte na testa, os peritos desconfiam que alguém a carregou no colo.
Amanhã à tarde, as equipes do IC e do Instituto Médico-Legal (IML) destacadas para elucidar o caso vão se reunir para tirar as primeiras conclusões que constarão do laudo final. A previsão é de que o documento seja finalizado até sexta-feira, quando os exames de DNA deverão estar prontos.
Ontem à tarde, o advogado Ricardo Martins, um dos defensores de Anna Carolina e Alexandre Alves Nardoni, de 29 anos, esteve no 9º Distrito Policial (Carandiru) para entregar três peças de roupa: uma bata de Isabella, uma camisa verde de manga comprida da madrasta e uma camisa vermelha de gola alta e manga comprida, também de Anna Carolina. Segundo Martins, essas são as roupas que a madrasta e a menina vestiam quando estiveram no supermercado, em Guarulhos, cinco horas antes do crime.
De acordo com o advogado, Isabella trocou de roupa naquele sábado porque teria derramado refrigerante na bata, quando estava na casa dos pais da madrasta. Ao ser socorrida por bombeiros, a garota vestia camiseta de manga curta azul escura e calcinha branca e rosa.
A polícia também já sabe que Anna Carolina trocou a camisa verde por uma blusa preta no dia do crime. A peça foi apreendida na última quinta-feira. O advogado do casal não soube dizer em que momento ou porque Anna Carolina mudou de roupa. 'Estamos entregando essas roupas hoje (ontem), porque só agora a polícia requisitou', afirmou Martins. Ele assegurou que as peças não foram lavadas.
Rogério Neres de Souza, outro advogado de defesa, reclamou de a investigação focar apenas o casal e disse que pediria para a polícia buscar mais informações, como ouvir as cerca de 20 pessoas que a defesa quer como testemunhas.
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